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Sassaricando – Oscar Nora – 19 de junho de 2018

Por Sassaricando - Oscar Nora

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O empate do Brasil com a Suíça nos leva a várias reflexões, todas inteiramente polêmicas. Elas começam com o gol de Zuber. Ao empurrar o zagueiro Miranda, o jogador suíço fez falta, ou não? O árbitro e quatro assistentes de vídeo disseram que não. Gabriel Jesus foi agarrado na área da Suíça, ou não? Eles também disseram não ter visto nada de anormal.
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Decisões e opiniões bem diferentes de todos nós. Sem dúvida, houve a falta e o pênalti. A menos que, a partir da Copa da Rússia, além da novidade dos assistentes de vídeo, passa a ser tolerado como legítimo o agarra-agarra dentro da área do time que está sendo atacado. Mas, também (por que não?), terá sido uma questão política?
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Refletir dessa forma parece uma bobagem. Contudo, quando é fato que os três últimos ex-presidentes da CBF estão envolvidos em escândalos de propina; quando é fato que um quarto ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol e da Fifa também é citado nesse lamaçal; quando o atual presidente comete o erro de votar contra Estados Unidos, Canadá e México como sedes da Copa de 2026; quando é fato que atualmente o peso e prestígio do Brasil estão no fundo do poço, a linha de raciocínio não parece ser tão fantasiosa.
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O árbitro da partida Brasil 1 x 1 Suiça era um mexicano. Ele estaria indignado pelo voto contra seu país dado pelo Brasil? O presidente da Fifa, que estava assistindo ao jogo, é suíço. Isso teria inibido o árbitro? Diz-se que o chefe dos assistentes de vídeo, aquele que sugere ao árbitro em campo um análise de lances duvidosos, teria ficado em silêncio nos dois lances. Nascido na Itália, estaria curtindo dor de cotovêlo pelo fato do seu país – bicampeão mundial – estar fora do torneio na Rússia?
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Essas reflexões até podem ser excesso de imaginação inspirada nos mistérios que a Rússia provoca na turma do lado de cá do planeta. Pode ser. Até porque restam duas verdades. A primeira é que a Copa do Mundo é negócio de bilhões de dólares e cada vez mais se universaliza. Neste cenário interessa o equilibrio de forças para valorizar a competição.
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Sendo assim, o Brasil é o alvo a ser atingido, pois se um pentacampeão olha no retrovisor e vê um tetracampeão ou um tricampeão, o hexacampeão não vê. Se o Brasil se tornar hexacampeão mundial de futebol na Rússia, ele só poderá ser superado em 2030, caso a Alemanha ganhe, em sequência, os dois próximos mundiais.
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A outra verdade é que fica mais fácil culpar o árbitro pelo empate do Brasil do que admitir que nossa seleção jogou mal, Miranda teve erro de posicionamento, o goleiro Allyson foi passivo no lance, Neymar foi individualista e o técnico Tite provou o sabor amargo do fel ao tomar decisões táticas equivocadas.


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