BARRA MANSA
Você já ouviu do seu patrão que “hoje não tem hora do almoço!”? No espetáculo Estamos em Obras, do Coletivo Sala Preta, de Barra Mansa (RJ), essa questão e muitas outras que são consequências das relações de poder, são abordadas. Em circulação virtual até o dia 23, o espetáculo, que estreou em 2017, foi adaptado para o formato audiovisual. Dividido em dez capítulos, em dez dias consecutivos, sempre na hora do almoço, as exibições acontecem pelo canal do youtube do Sala Preta e são seguidas de um bate papo com grupos teatrais do estado do Rio.
Realizada com verba da lei de emergência cultural do Estado do Rio de Janeiro, a Lei Aldir Blanc, o Sala Preta planejou uma circulação presencial pelo estado do Rio, abrangendo as nove regiões mais a capital. Depois de um ano “quarentenados”,o maior sonho do coletivo era ocupar as praças e ir de encontro ao público! Um sonho e uma doce ilusão! Nesse país desgovernado e uma pandemia agravante foi preciso se adaptar e se reinventar! O que antes seria uma circulação física por várias cidades, se transformou em um grande encontro com vários grupos de teatro do estado do Rio.
Diante dos desmontes das políticas e dos direitos sociais no Brasil, o Coletivo Sala Preta não poderia se calar. Em resposta a essa situação, iniciou em 2017 uma nova pesquisa-obra-manifestação: “ESTAMOS EM OBRAS”, espetáculo de teatro de rua que revisita grandes conceitos do teatro, como Teatro do Oprimido de Augusto Boal e o Teatro Político de Bertold Brecht, e dá continuidade às pesquisas do grupo em Teatro de Rua e Máscaras Teatrais.
Estamos em Obras é um espetáculo que intervém na paisagem urbana com a instalação de um buraco na cidade e todo o aparato característico de uma obra: cerquite, fitas zebradas, ferramentas, placas de aviso. O processo mantém vivo o interesse do coletivo por improvisação, dramaturgia autoral e em espaços não convencionais, teatro físico, teatro de máscaras e música executada ao vivo pelos atores. Ao estilo de Brecht, as canções no espetáculo são usadas como comentário, como sátira. O processo de pesquisa sonora envolveu a exploração do som das ferramentas e objetos da obra transformando-se na base rítmica para o canto dos trabalhadores. Também as frases e avisos presentes nas placas de sinalização serviram de texto para a canção.
“Se você já assistiu o espetáculo presencial, se prepare. Pois está cheio de novidades com cenas novas e novos personagens! Se você ainda não assistiu, essa é uma oportunidade que só o mundo online nos oferece, romper fronteiras e nos conectar mesmo distantes!”, disse a assessoria de imprensa do Coletivo que ainda ressaltou sobre a importância da articulação com outros grupos do estado Rio para a manutenção do grupo.
Para a circulação virtual, estão participando os grupos: Teatro Circense Andança, de Petrópolis; Veredas Coletivo Teatral, de Niterói; Grupo Tá Na Rua, do Rio; Destroiados, de Mesquita; Grupo Código, de Japeri; Grupo Moinho Cênico de Campos dos Goytacazes; Grupo Cria Expressões Humanas, de Rio das Ostras; Grupo Artêros; de Angra dos Reis; Celeiro das Artes, de Paty dos Alferes; e Grupo Teatral Comunitário, de Rio Claro.
Esse projeto é realizado com recursos do Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Aldir Blanc.
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