BARRA MANSA
Impossível não comemorar o aniversário de Barra Mansa sem citar uma de suas conquistas mais elogiadas de todos os tempos. A Ronda Escolar completou no dia 3 de julho dois anos de implementação no município, tendo por objetivo, em conjunto entre a Guarda Municipal e a Polícia Militar, levar segurança aos mais de 35 mil alunos das 95 instituições de ensino (contando com as creches) da cidade, além das 23 escolas particulares e o Centro Universitário de Barra Mansa (UBM). Para lembrar a data, o Conselho Comunitário de Segurança realizou, recentemente, na Associação Comercial Industrial e Agropastoril (Aciap), uma homenagem a cerca dos 30 profissionais envolvidos no projeto e as ações relacionadas ao que se diz a segurança de Barra Mansa.
Um dos participantes do evento foi o comandante da Guarda Municipal de Barra Mansa, Joel Valcir. Ele, que tem um carinho enorme pela Ronda, falou com exclusividade ao A VOZ DA CIDADE sobre o trabalho realizado, explicando que a eficácia é tanta que, com dados nas ocorrências de 2017, 2018 e deste ano, é notada uma diminuição dos crimes ao redor e dentro das instituições de ensino.
Em 2017, segundo o comandante da GM, 95 escolas foram atendidas pelo projeto e 74 ocorrências foram registradas. Já neste ano, mesmo não tendo sido concluído, o número de ocorrências está em 42, com 1.628 visitas. Segundo Joel Valcir, esse trabalho é uma forma de garantir a segurança dos estudantes e também dos profissionais das redes de ensino do município. “Quando implantamos o patrulhamento, sabíamos que nosso compromisso ia além de apenas vigiar e monitorar as imediações escolares. Nossa obrigação como autoridade, é garantir a segurança e a boa fluidez no entorno das escolas. Não estamos ali para intimidar, mas sim para que os alunos, profissionais e responsáveis, se sintam protegidos em qualquer situação que lhes ofereçam riscos”, frisou, explicando que uma abordagem dentro da escola, em se tratando dos estudantes, em sua maioria até menores, é acompanhada dos responsáveis pela instituição, responsáveis e em algumas situações do Conselho Tutelar. Assim também sendo o encaminhamento para a sede da 90ª Delegacia de Polícia (DP), em se tratando de uma pessoa que não tenha atingido a maior idade.
Presente na cerimônia, o prefeito Rodrigo Drable explicou que a Ronda Escolar deu certo porque ela deixou de ser algo que só a GM fazia, ou só só a PM, em termos de segurança nas escolas, e passou a ser feita em conjunto. “E esse planejamento é feito de forma harmoniosa e a execução é toda em conjunto”, disse. O prefeito também assegurou que a Polícia Militar em Barra Mansa é respeitada e elogiou o trabalho do comandante da 2ª Cia. do 28° Batalhão da Polícia Militar (BPM), capitão Alcimar Videira.
CADA VEZ MELHOR
Na ocasião, a comandante do 28° Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Luciana Rodrigues, lembrou o quão difícil é trabalhar com segurança pública, devido a inversão de valores da sociedade. “Estamos visitando as escolas, conversando com os diretores e com os alunos. Alguns deles (estudantes) que estão sendo quase aliciados, mais que com uma conversa, um sorriso, conseguimos trazer para o lado do bem. Fazemos um trabalho de futuro”, completou a comandante, lembrando que o objetivo é melhorar ainda mais qualidade do serviço da Ronda Escolar.
COMO FUNCIONA
As diretoras gerais Sandra Emília Botelho e Regina Dornas Messias, respectivamente do Colégio Estadual Barão de Aiuruoca (Centro) e o C.E Baldomero Barbará (Barbará) são consideradas pelas autoridades policiais como as ‘madrinhas’ da Ronda Escolar. “Foi um pedido de socorro!”, expressaram.
“Quando fomos alertados pelas diretoras, estivemos no Ministério Publico, na Vara da Infância de da Juventude, para saber o que podíamos fazer sem ferir os direitos constitucionais do jovem”, disse o comandante da GMBM, Joel Valcir, que explica que quando a equipe da Ronda Escolar chega à escola, os diretores são informados antes que eles entrarão, e os agentes já têm um suposto alvo. Joel explica que o segundo passo é conduzir o adolescente para a direção, onde a abordagem é feita.
Em seguida o jovem é levado para a delegacia, onde a família assina um termo de declaração em levar o adolescente em data que será determinada pela Justiça, para a presença do juiz; lá, ele toma um novo depoimento e imputa a lei prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que o conduzirá para alguma medida socioeducativa.
O comandante finaliza explicando da importância do papel da família nesses casos para evitar que os filhos entrem no mundo das drogas. “Devemos sempre lembrar que se o tráfico existe, é porque existe o consumidor. O pai sempre vê o filho como filho, mas o traficante o vê como consumidor. E são clientes em potenciais”, definiu.