SUL FLUMINENSE
Você já teve um parente desaparecido ou um conhecido? Se não, já se colocou no lugar de uma família que vive ou passou por esse drama? Este ano, muitos devem ter notado como foi recorrente notícias de casos de desaparecimentos na região Sul Fluminense. Diante disso, o A VOZ DA CIDADE fez uma pesquisa no Instituto de Segurança Pública (ISP) e apurou que foram realizados 246 registros nas delegacias da região, de janeiro até setembro de 2022. Nossa equipe conversou com o Disque Denúncia, por meio do Programa Desaparecidos, que fez um alerta de como agir nessas situações. Disse ainda que em muitos casos, diante ao desespero, a família expõe informações pessoais e acabam futuramente sendo vítimas de golpes. Saiba como proceder nesses tipos de situações.
Dos 246 casos registrados no Sul Fluminense nestes nove meses, Volta Redonda teve 48 casos e Angra dos Reis, 38 ocorrências. Em seguida, com 24 casos, cada uma, vem Resende e Comendador Levy Gaspariam. Em Barra Mansa foram 16 casos, 13 em Vassouras, 12 em Paracambi, 11 em Barra do Piraí, dez em Pinheiral, nove em Mangaratiba. Paraty, Valença e Miguel Pereira com oito, cada um, Mendes com cinco, Piraí com três, Rio das Flores e Porto Real com dois casos cada cidade, e Engenheiro Paulo de Frontin, Itatiaia, Pinheiral, Sapucaia e Rio Claro com um caso em cada município.
Nossa equipe conversou com o Diretor-Geral do Instituto MovRio, Coordenador do Disque Denúncia, Renato Almeida. Ele explica que não existe o prazo estipulado de 24 horas como a maioria das pessoas acreditam. “No momento que sentiu a falta da pessoa desaparecida, tentou contato em possíveis locais onde a pessoa pudesse estar, não teve retorno, procure imediatamente a delegacia de sua cidade, principalmente se for criança”, contou.
Ele explica que o Programa Desaparecidos confecciona os cartazes e ajuda na divulgação mediante a apresentação de registro de ocorrência e da demanda dos familiares ao portal, informando o caso e a necessidade da ajuda. Ele ressalta que é importante neste contexto, procurar logo em seguida a equipe do Programa Desaparecidos para orientação de como agir nesses casos. “Muitas pessoas procuram a delegacia, voltam para casa e começam a divulgar fotos e dados pessoais nas redes sociais, solicitando informações sobre a pessoa desaparecida. Apesar do momento de aflição, existem algumas orientações a seguir. A primeira que recomendamos é não usar seus números pessoais nesses compartilhamentos. Da mesma forma que a internet ajuda, pois esses dados ganham uma abrangência enorme e é o objetivo da família, ela também expõe os familiares às pessoas mal intencionadas, que aproveitam esse momento frágil para passar trotes ou até mesmo para aplicar golpes”, explicou Renato.
Ele enfatiza que nos cartazes do Desaparecidos, existe um número único do programa ou outras formas de informar, para evitar esse tipo de excesso de informações que possam, no futuro, trazer danos para a família. “No Sul Fluminense é baixa a procura pelo Programa Desaparecidos, por isso enfatizo que em caso de necessidade, tente agir com calma, procure a delegacia e depois aos nossos serviços que são gratuitos e que atuam da forma correta para mitigar possíveis danos pessoais ou morais”, completou Renato Almeida.
APARECEU? ENTRE EM CONTATO
Ele explica ainda da importância de retornar para informar que a pessoa apareceu. O trabalho do Programa nas mídias sociais e de investigação é continuo, então quando não há um retorno para cessar as buscas, existe um desperdício d efetivo e tempo que poderiam estar sendo utilizados em outros casos.
Sobre a faixa etária das pessoas que acabam desaparecendo, no caso do Disque Denúncia, eles têm entre 18 e 40 anos, em primeiro lugar; seguido de 70 a 80 anos, alguns casos por problemas psicológicos. No caso de menores, em caso de desaparecimentos, os registros são acompanhados pela Fundação para a Infância e Adolescência (FIA).
“Todas as informações que recebemos são cadastradas e enviadas para as delegacias e para o Ministério Público, através do Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos (PLID/MPRJ). Sabemos que é muito difícil, mas é muito importante tentar manter a calma e deixar o trabalho nas mãos das pessoas certas”, finalizou Renato Almeida.
DESAPARECIDOS
O WhatsApp dos Desaparecidos é o (21) 9 8849-6254. O contato também pode ser feito pelo site https://www.Disque-Denúncia.org.br/ ou pelas redes sociais https://www.facebook.com/desaparecidos.org ou https://instagram.com/desaparecidos.disquedenunciarj?igshid=r64d6casxg1b tanto para quem precisa de ajuda para divulgação, como para quem tem alguma informação que ajude na localização de algum desaparecido.