Racha na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos vira caso de polícia

Por Carol Macedo

VOLTA REDONDA

O racha na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, que foi a público, no mês de fevereiro com a publicação de um boletim pelo presidente eleito Edimar Miguel, convocando o diretor de Finanças da entidade a explicar 142 saques realizados no valor de cerca de R$ 670 mil tem movimentado a entidade. Nesta segunda-feira, 11, mais um capítulo dessa disputa pelo poder na entidade sindical foi marcado. Segundo Edimar, ao chegar à sede do sindicato e constatar que integrantes do chamado “Grupo dos Cinco” teriam arrombado a porta de sua sala com um chaveiro, acabou acionando a Polícia Militar e registrando o caso na 93ª Delegacia de Polícia (DP). O grupo diz que não arrombou nada, apenas retirou obstáculos pois a sala é de toda a diretoria.

No último fim de semana, em decisão dada por meio de liminar, o juiz titular da 3ª Vara do Trabalho de Volta Redonda, Thiago Rabelo da Costa, determinou ainda a anulação das duas assembleias convocadas por Edimar Miguel, para esta segunda-feira, 11, na Praça Juarez Antunes, no bairro Vila Santa Cecília. A determinação, segundo Edimar, foi cumprida, mas ele recebeu grande apoio de representantes de entidades sindicais dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

O juiz decidiu pela nulidade das assembleias, já que, segundo a decisão, Edimar Miguel não tem legitimidade para fazer tal convocação. Ao ser remanejado do cargo de presidente para diretor de Organização por Local de Trabalho, Edimar publicou dois editais no dia 5 de março convocando os associados para votarem a nulidade da decisão da diretoria executiva, que fizeram, dentro das normas estatutárias da entidade, as alterações dos cargos no dia 29 de fevereiro. “Na decisão, que cumprimos, a Justiça determina apenas o cancelamento das assembleias, mas em momento algum declara Odair presidente”, disse Edimar durante coletiva com a imprensa na Praça Juarez Antunes, no final da tarde de segunda-feira.

Edimar destacou que desde fevereiro o Grupo dos 5 iniciou essa confusão e que resultou na manhã desta segunda-feira, na invasão da sala da presidência e na troca das chaves de todo o sindicato na parte da tarde. “Quando entrei na minha sala lá estavam Odair e mais três advogados”, destacou Edimar, lembrando que no momento não entendeu nada. “Eles arrombaram a sala e entraram normalmente. Por isso, acionei a PM e em seguida registrei queixa na 93ª DP, onde eles prestaram depoimento.

Edimar Miguel em coletiva hoje – Foto: Tania Cruz

DISPUTA

De um lado, Edimar diz que a diretoria não poderia fazer o remanejamento do cargo, de outro, o Grupo dos 5 afirma que a decisão foi tomada segundo o estatuto. “Foi aí que o Odair realizou a reunião, sem convocação de assembleia para me destituir do cargo da presidência. Nenhum diretor tem esse poder, ainda mais sem motivo aparente. Somente o presidente, no caso pode convocar uma assembleia para esses fins. Por isso, continuo como presidente, ainda mais que em nenhum momento a Justiça julgou essa questão”, completou Edimar, lembrando que nesta terça-feira, irá entrar com uma ação na Justiça para solucionar de vez essa questão.

No Estatuto do Sindicato dos Metalúrgicos, no capítulo 31 diz que cabe ao presidente executar as resoluções da Diretoria Administrativa e das Assembleia Gerais. A decisão dos cinco para remanejamento foi num grupo de sete pessoas, ou seja, maioria. Como Odair Mariano era o vice-presidente, ele passou então ocupar a presidência. Segundo eles, a palavra destituição não existe e não engloba o que aconteceu, mas sim o remanejamento de função. Edimar continua fazendo parte da diretoria, porém em outro cargo que não é o de presidente.

Odair Mariano, agora presidente do sindicato, declarou que as denúncias de saques indevidos feitas por Edimar, estão sendo apuradas e a prestação de contas acontecerá.

A respeito da invasão ao sindicato, Odair citou que um filho não pode invadir sua própria casa e arrombar, a não ser que alguém pegue a chave e leve. “Apenas tiramos os obstáculos. A sala não é do presidente é da diretoria e já havia uma decisão de remanejamento e quando ele deixou de ser presidente não entregou as chaves. Não houve arrombamento. Temos nesta terça-feira reunião de campanha salarial, precisamos nos preparar. O sindicato não tem dono e não pode ser trancado quando a maioria da direção decidiu por uma ação. Tudo feito está dentro do estatuto e dentro da legalidade. Se fosse o contrário não teríamos duas decisões judiciais a nosso favor. Uma de Volta Redonda e outra do Rio, de recurso do Edimar”, completou, acrescentando que foi na delegacia prestar esclarecimentos sobre acusação de Edimar.

 

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