Nos últimos anos, temos ouvido muito sobre dificuldades de aprendizagem, desatenção e comportamentos desafiadores na infância e adolescência. Mas o que muitos pais e educadores ainda não sabem é que nem todo comportamento é “birra”, preguiça ou falta de interesse.
Como mãe, vivi esta realidade até a família e os professores entenderem o que de fato acontecia com a minha filha.
Vivemos a realidade de muitas famílias, onde muitas vezes a criança não é compreendida e rotulada.
Muitas vezes, por trás de uma criança inquieta, de um adolescente desmotivado ou de um estudante com baixo rendimento, existe um cérebro tentando se organizar e é justamente aí que entra o papel da neuropsicologia.
Já vivia a inclusão, quando descobri as dificuldades da minha filha e avaliar corretamente e de forma interdisciplinar foi fundamental para o seu avanço e sucessos.
A avaliação neuropsicológica permite compreender como cada cérebro funciona, revelando as forças e fragilidades nas funções cognitivas, emocionais e comportamentais. Ela não rotula, não reduz o indivíduo a um diagnóstico.
Ela direciona caminhos, oferecendo clareza sobre como apoiar o desenvolvimento de forma mais assertiva e humanizada.
É comum que pais sintam medo ou resistência em buscar esse tipo de avaliação acreditando que ela pode “rotular” o filho ou “confirmar algo ruim”. Mas, na verdade, é o oposto: a neuropsicologia desmistifica, acolhe e guia.
Quanto antes entendemos o funcionamento de uma criança, mais cedo podemos oferecer as ferramentas certas para que ela se desenvolva plenamente.
Porque compreender o cérebro é compreender a pessoa e no caso das crianças, é compreender um mundo que ainda está se construindo.
Marcele Campos
Psicóloga Especialista em Neuropsicologia (Avaliação e Reabilitação) e Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo, Atrasos de Desenvolvimento Intelectual e Linguagem. Trabalha há mais de 28 anos com crianças e adolescentes. Proprietária da Clínica Neurodesenvolver.