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Professores da rede municipal realizam manifestação que termina em confusão

Por Franciele Aleixo
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BARRA MANSA

Os professores da rede municipal de educação realizam ontem uma paralisação parcial das atividades. Os profissionais estavam no pátio da prefeitura com cartazes reivindicando melhorias para a categoria. O ato terminou em confusão. Manifestantes apontaram que a professora foi colocada à força dentro da viatura e a prefeitura destacou que a mulher agrediu um agente com um tapa.

A Prefeitura de Barra Mansa, através de nota oficial, informou que três guardas municipais foram agredidos na manhã desta quinta-feira, dia 30. O secretário de Ordem Pública, Capitão Daniel Abreu, explicou que foi informado ao grupo, com cerca de 30 pessoas, que no interior do prédio não iria ser autorizado nenhum tipo de ato que atrapalhasse ou interrompesse os atendimentos prestados à população. “Porém, algumas pessoas entraram como se fossem acessar algum serviço, mas no decorrer aproveitaram para pegar cartazes e objetos por cima do alambrado, entre a parte interna e externa do pátio, para iniciar a manifestação dentro das dependências da prefeitura, o que já teria sido orientado que não seria possível”, explicou o secretário, acrescentando que a manifestação, que é um ato legítimo e direito deles. “Infelizmente uma manifestante não respeitou o interior das dependências do governo municipal e ainda agrediu o guarda que pegou um cartaz que estava sendo passado pelo alambrado. Ela recebeu voz de prisão e foi encaminhada a sede 90ª DP para as medidas cabíveis”, acrescentou Abreu, destacando que câmeras de segurança da prefeitura registraram a ação.

Outro membro da corporação que fechava o portão enquanto outros manifestantes queriam abri-lo, recebeu um tapa na nuca, segundo a prefeitura. E outro guarda municipal que conduzia a mulher para a viatura que a transportou até a delegacia teve a farda rasgada.

O prefeito Rodrigo Drable destacou que manifestação pacífica é um direito de todos, mas agressividade e violência são uma vergonha. “Uma professora bateu no rosto de um guarda e rasgou a farda de outro. Até onde vai o direito de manifestar? A verdade é que o sindicato queria que concedêssemos um abono com recursos do Fundeb. Os municípios que não gastaram os valores do Fundo de manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica ao longo do ano poderiam fazer esse abono. Mas nós pagamos. Sem atrasar e, na maioria dos casos, dobrando a remuneração do professor. Não vamos deixar de construir creches, reformar escolas, investir em laboratórios para dar um abono que já foi pago ao longo do ano”, ressaltou o prefeito.

Drable também pontuou que os manifestantes reclamam que não foi dada a correção do piso salarial. “Contudo, o aumento de 33% no piso é muito inferior ao que já demos. Alguns professores ganham o dobro do que recebiam. E não há condição de dar um aumento sobre o outro. Mas o ponto mais importante é: quem se propõe a educar, não pode usar de violência contra outro colega, funcionário público. Pela agressão, a agressora foi conduzida à delegacia e as autoridades policiais adotarão as ações correspondentes”, destacou o prefeito. Um termo circunstanciado foi feito na 90ª Delegacia de Polícia na tarde de ontem.


Em suas redes sociais, Drable divulgou o aumento de remuneração que alguns membros do Sepe tiveram, que são públicos e estão no Portal da Transparência. Comparando os salários de junho de 2016 com junho de 2022, informando ainda que o aumento do Piso de 33% é muito inferior ao que já demos. E não há condição de dar um aumento sobre o outro.

Professor 1: R$ 4.635,14 – R$ 6.998,86 = (aumentou) R$ 2.363,72; Professor 2: 2016 R$ 2.139,29 – 2022 R$ 3.730,33 = aumentou R$ 1.591,04; Professor 3: 2016 R$ 1.488,37 – 2022 R$ 3.207,86 = aumentou R$ 1.719,49; Professor 4: 2016 R$ 2.693,98 – 2022 R$ 3.907,65 = aumentou R$ 1.213,67.

Reivindicações

De acordo com o professor e diretor do Sindicato da Educação (Sepe) Carlos Roberto de Almeida (Betto), os professores estão enfrentando graves problemas no cotidiano escolar, como a falta de itens básicos como papel higiênico. “Temos escolas onde os professores são obrigados a levar papéis higiênicos. Faltam materiais básicos como papéis dentre outros”, disse.

A professora Rayla Dias destaca que são escolas com janelas e portas quebradas, diretoras nomeadas sem discussão com a comunidade escolar, além do não cumprimento do Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS). “O piso salarial nacional não está sendo cumprido desde janeiro. Os funcionários recebem um salário base de R$ 998, muitos acabam recebendo menos de R$ 500 como líquido considerando os descontos. Há o vale alimentação de R$ 200, o problema é que são descontados em folha R$ 117 sobrando somente R$ 83 que todo mês atrasa para ser creditado no cartão. Não há diálogo, já enviamos diversos ofícios à Secretaria de Educação, sem resposta alguma”, avaliou a professora.

O Sepe divulgou uma nota oficial dizendo que pedem o cumprimento da lei do piso salarial do magistério e reajuste salarial dos funcionários que recebem salário base de R$ 998. Falaram que foram recebidos com repressão e sobre a agressão a professora. “Reafirmamos nosso direito de livre manifestação e reivindicação e seguiremos lutando pela valorização dos profissionais e melhoria da educação municipal. Educação não rima com repressão”, diz a nota.

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