RESENDE
A Polícia Civil de Resende está investigando uma suposta agressão cometida por uma professora contra um aluno autista de seis anos. O caso veio à tona após os pais da criança registrarem um boletim de ocorrência na 89ª Delegacia de Polícia (DP) no último dia 14, apresentando uma gravação que indicaria um comportamento agressivo da educadora.
Segundo o relato dos pais, a criança já vinha reclamando da professora desde o início do ano letivo, mencionando gritos constantes e agressões físicas. Para comprovar os relatos, a família decidiu colocar um celular na mochila do filho durante a aula no dia 13. O áudio captado registrou frases como “Era para ele não levantar o nariz pra mim” e “Vou dar um tapão”. No dia seguinte, a criança chegou em casa com hematomas no braço esquerdo, afirmando que foram causados pela professora.
Diante da situação, os pais procuraram a direção da escola, uma instituição particular da cidade, que decidiu demitir a professora. Além disso, os pais formalizaram uma denúncia criminal na delegacia. A criança passou por exame de corpo de delito no Hospital de Emergência de Resende para verificar as agressões.
Desde a ocorrência, a criança não retornou à escola e apresentou sinais de trauma psicológico, segundo os pais. “Ele chora do nada e demonstra medo do marido da professora, após ela afirmar que ele seria delegado e ‘um leão’. Nosso filho regrediu no tratamento, voltou a roer unhas e a se autoagredir”, desabafou.
Em nova visita à delegacia, os pais entregaram outro trecho da gravação, no qual uma orientadora da escola sugere o uso de “Rivotril, uma gotinha e meia”, o que foi interpretado como uma possível recomendação indevida do medicamento. O caso foi incluído no boletim de ocorrência.
Investigação em andamento
O delegado titular Michel Floroschk informou que um inquérito policial foi instaurado e que as investigações estão em andamento. “Temos a gravação e aguardamos o laudo do exame de corpo de delito. Testemunhas serão ouvidas”, declarou.
Nota de Esclarecimento da Escola
Em nota de esclarecimento, o colégio, por meio de sua assessoria jurídica, esclareceu à comunidade escolar que a alegada agressão verbal a um aluno autista está sendo investigada. “A escola e a família estão trabalhando em conjunto para apurar os fatos relacionados à suposta agressão. O aluno e sua família estão recebendo todo o apoio necessário. As profissionais envolvidas foram imediatamente afastadas e novas profissionais foram designadas para dar continuidade ao atendimento”, informa a nota.
No documento, a escola reforça seu compromisso com a proteção e garantia dos direitos das crianças, destacando que nenhuma criança deve ser exposta a situações prejudiciais. “Portanto, a apuração dos fatos será conduzida de maneira rigorosa e transparente. A Direção da escola ressalta a qualificação e o comprometimento de sua equipe e professoras, que não apenas possuem sólida formação pedagógica, mas também oferecem carinho, cuidado e atenção no atendimento a todos os alunos. Por fim, a instituição reafirma seu compromisso com uma educação inclusiva e acolhedora, repudiando qualquer comportamento agressivo ou discriminatório”, ressalta o colégio.