VOLTA REDONDA
Visando garantir acessibilidade e inclusão social, a Prefeitura de Volta Redonda, por meio do Centro Especializado de Reabilitação (CER III), da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), realizou, nesta quarta-feira, 9, as primeiras medições para definir as condições de adaptação, o volume adequado, e o tipo e tamanho ideais das próteses oculares que serão disponibilizadas para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o protesista Claudio Osmar Silva, responsável pela avaliação, a entrega será feita em etapas, pois o produto é confeccionado sob medida, levando em conta a anatomia da cavidade ocular e a estética do outro olho.
“Essa avaliação serve para prepararmos um molde específico para cada paciente. Estamos fazendo as medidas, verificando a cor e vamos levar para o nosso laboratório, preparar esse trabalho e voltar para entregar no início de novembro”, explicou o profissional.
O uso de próteses oculares é indicado para pessoas que sofreram trauma, enfrentaram doenças ou nasceram com anomalias que alteraram a aparência do globo ocular, ou que precisaram remover total ou parcialmente o órgão. Essas próteses ajudam a recuperar o volume orbitário, prevenindo o colapso e a deformidade palpebral, preservando a simetria e estética facial, além de melhorar significativamente a autoestima do usuário e proteger a cavidade ocular de agentes externos.
O coordenador do Centro Especializado de Reabilitação (CER III), Vladimir Lopes de Souza, destacou que esse serviço visa atender à demanda do CER III, que também é referência em reabilitação visual.
“Esse serviço era disponibilizado em Niterói, mas desde o ano passado está sob nossa responsabilidade. Isso significa que atendemos todos os pacientes do Sul Fluminense, e, por conta disso, fizemos um levantamento dos pacientes que estavam solicitando a prótese, abrimos um processo de compra e hoje estamos começando o processo de entrega das próteses”, explicou o coordenador.
Vida nova
Para Claudina Tereza Luiz, 64 anos, moradora do bairro Nova Primavera, a colocação da prótese representa uma nova vida. Ela precisou retirar o globo ocular esquerdo há cerca de quatro anos devido a uma infecção.
“A colocação dessa prótese vai mudar a minha vida e, principalmente, minha autoestima. Tenho certeza de que serei uma pessoa mais alegre, pois hoje tenho vergonha até de sair de casa. Já estou ansiosa para o dia de colocar minha prótese”, disse dona Claudina.
CER III
O Centro Especializado de Reabilitação foi habilitado em 2016 e, desde então, é referência na reabilitação física, intelectual e visual para os doze municípios do Médio Paraíba. A maior demanda é para reabilitação física, especialmente em casos de amputação, prótese e órtese.
Em breve, o CER III ganhará um novo espaço na Arena Esportiva Nicolau Yabrudi, no bairro Voldac. Quando pronto, o novo CER III contará com mais de 30 salas de atendimento, distribuídas em três pavimentos, com um projeto arquitetônico acessível – incluindo piso e mapa tátil, rampas, corrimãos e barras de apoio.
No térreo do novo CER III ficarão os consultórios de oftalmologia, neurologia, ortopedia, psiquiatria, pediatria, odontologia e uma oficina de órtese e prótese. No segundo piso, será realizado o atendimento do Follow-Up (Centro de referência para crianças com atraso no desenvolvimento motor e intelectual), com consultórios de pediatria, fonoaudiologia, psicologia, assistência social, salas de fisioterapia, integração sensorial, terapia intensiva motora e tratamento intensivo cognitivo.
O terceiro pavimento será destinado à reabilitação física, intelectual e visual, e contará com consultórios, salas de fisioterapia, integração sensorial, orientação visual de mobilidade, atividades de vida prática (espaço que simula os ambientes de uma residência) e ginásio terapêutico.
O Centro Especializado de Reabilitação, que atualmente funciona na sede da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no antigo Hospital Santa Margarida, no bairro Niterói, atende a pacientes com deficiências visual, física e intelectual de Volta Redonda e de outros 12 municípios da região.
O novo espaço permitirá a integração da assistência para esse público, que inclui ainda o Polo de Ostomizados – que, assim como o Follow-Up, funciona em local separado.