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População volta a se sentir incomodada com a ação de flanelinhas

Por Andre
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VOLTA REDONDA

Há anos a ação de flanelinhas nas ruas do município vem incomodando grande parte da população. Donos de carros que precisam estacionar, principalmente nas proximidades da Praça Brasil, na Vila Santa Cecília, e do Hospital São João Batista (HSJB), no bairro Colina, são os que mais se queixam. Eles garantem que, além de pagarem estacionamento caro, são obrigados a darem dinheiro também para os flanelinhas, já que são ameaçados.

De acordo com os reclamantes, durante muito tempo foram incomodados pelos flanelinhas. Anos atrás, depois de muitas queixas, algumas ações da Guarda Municipal de Volta Redonda inibiram um pouco essa ação, mas nos últimos meses, o serviço ilegal aumentou. De acordo com os reclamantes, todas as vezes que saem de casa são obrigados a separar o dinheiro para os parquímetros e para os flanelinhas. Isso, de acordo com eles, se não quiserem sofrer prejuízos, como tendo os carros totalmente arranhados.

Motoristas alegam que de uns meses para cá as abordagens aumentaram na Vila Santa Cecília e nas proximidades do Hospital São João Batista

O servidor público municipal Luis Fernando Pereira, 42 anos, é um dos que se dizem importunado pelos flanelinhas.  Contou que, recentemente, foi levar um conhecido ao Hospital São João Batista para fazer fisioterapia e, quando tentava estacionar, foi surpreendido por alguns flanelinhas, que segundo ele, como sempre, não deram alternativa, já que se não desse dinheiro a eles, com certeza, sairia do local com o carro arranhado. “Logo que a gente chegou ao local, vieram dois em nossa direção, já ordenando para estacionar. Em seguida, sem nenhuma cerimônia levantam os limpadores dos carros para marcar. Sendo assim, não temos como fugir, pois na saída, eles não nos dão alternativa. Estendem a mão e, se não demos dinheiro, eles falam que da próxima vez o carro sairá arranhado. É um absurdo”, reclamou.

MAIS QUEIXAS

A autônoma Selma Oliveira da Cruz, 44 anos, também se queixou. Disse que na semana passada levou a mãe dela ao HSJB para consultar e foi vítima de um deles. Disse que tentava estacionar seu carro mais próximo possível da unidade hospitalar quando percebeu que dois rapazes estavam em uma das vagas. No momento em que pediu licença para estacionar, um dos rapazes teria dito a ela que não era bem assim, pois a vaga pertencia a ele e quem quisesse usá-la teria que pagar.


“Ainda tentei argumentar que a área era pública e, por isso não pertencia a ninguém. Logo ele respondeu que, se eu não quisesse ter o carro arranhado eu teria que fazer o que ele queria. Além disso, quando saí da vaga tive que pagar. Eu estava sozinha e não teve como eu debater mais nada, pois eles eram dois e mais para frente tinham mais três”, contou, ressaltando que durante o tempo que permaneceu ali não viu um guarda municipal no local.

Todos os reclamantes disseram que não se sentem incomodados apenas por eles pedirem dinheiro, mas pelo fato das ameaças. Ressaltam que saem no prejuízo por pagarem duas vezes para estacionar, mas a indignação maior é por causa das ameaças que sofrem. Lembraram que já fizeram várias reclamações à GMVR, mas que o problema continua.

RECLAMAÇÕES CONSTANTES

Vale lembrar que as reclamações são constantes às instituições ligadas à Segurança Pública da cidade. O problema é antigo e a tentativa de soluções para o caso também. Para se ter uma ideia, em 2013 o Governo Municipal da época, através da Secretaria Municipal de Ação Comunitária (Smac), em parceria com a Fundação Educacional de Volta Redonda (Fevre), Guarda Municipal e Polícia Civil, prometeu uma capacitação para cerca de 60 pessoas, entre homens e mulheres, que agiam como flanelinha nas ruas da cidade, já que a atividade é considerada ilegal. A promessa era de que, todos os flanelinhas fossem capacitados em várias profissões da Construção Civil, como pedreiro, marceneiro, carpinteiro, entre outras, mas o programa não foi em frente.

Após inúmeras reclamações, no início do ano, a Guarda Municipal realizou uma operação visando coibir a atuação de flanelinhas e a comercialização de mercadorias expostas em via pública na Praça Brasil, na Vila Santa Cecília. Na ocasião, o subcomandante da GMVR, Rogério Soares Nascimento, coordenou o serviço e lembrou sobre o Decreto que proíbe o serviço de flanelinhas no município. Só que poucos meses depois, os flanelinhas retornaram.

A informação da Prefeitura é de que a Guarda Municipal realiza rondas nos locais com maior concentração de flanelinhas para coibir a atividade irregular. O comando da GMVR explicou que, mesmo sem a possibilidade de prisão de quem esteja atuando como flanelinha, as pessoas que se sentirem lesadas pelas atividades devem acionar a Guarda Municipal que irá encaminhá-lo à delegacia.

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