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Poluição da CSN toma conta da cidade e gera queixas da população

Por Carol Macedo

VOLTA REDONDA

A poluição em Volta Redonda, causada pelo o pó preto da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), retorna com força total após um pequeno período de trégua. Esse é o comentário de moradores da maioria dos bairros de Volta Redonda. Muitos seguem revoltados com a situação e cobram atitude das autoridades ambientais.

O ‘poluente sedimentável’, nome técnico do pó preto, que se espalha diariamente pelo ar da cidade de Volta Redonda, além da sujeira constante nas ruas, casas, quintais, carros e outros, causa também vários malefícios para a saúde. As doenças respiratórias e alérgicas, como bronquite, asma, rinite sinusite são alguns dessas doenças.

A diarista Selma Santos de Paula, de 57 anos, é uma das que sofre com a situação. Disse que, há mais de um mês voltou a ter dores constantes de cabeça e garganta, por causa da alergia devido ao pó preto. “Estava uns dias sem ter crise de alegria, mas depois que esse miserável pó preto voltou com força total, acabei dando crise alérgica e nem estou conseguindo dormir. São olhos ardendo, garganta arranhando, rouquidão de uma hora para outra e fora os espirros e tosse. Desta vez parece que o pó está mais poluente. Só Deus”, reclamou a diarista.

A vendedora Danielle Fernandes da Cruz, de 24 anos, é outra que sofre com a poluição em Volta Redonda. Segundo ela, nessa época quando a poluição aumenta, quase não consegue dormir por causa da bronquite, o que causa mais falta de ar de tanto pó. Moradora no bairro Retiro, ela contou que quando sai de casa, pela manhã, para trabalhar e deixar a filha de dois anos na creche a casa está cheia de pó e quando retorna está pior ainda. E isso acaba tumultuando tudo, pois cansada, passando mal e tendo que dar atenção e cuidar da filha, precisa limpar a casa todos os dias. Contou também que muitas vezes levantou de madrugada para jogar água no quintal e quando olhou para cima viu uma grande quantidade de pó e fumaça saindo da usina. “Várias vezes aconteceu isso quando levantei de madrugada para jogar água no quintal para tirar um pouco do pó acumulado. Já nem sei mais o que faço”, disse a jovem.

No bairro Aterrado, as reclamações são muitas também. Casa e quintal sujos, carro empoeirado e a saúde na pior. É o caso da autônoma Camila Figueiredo Sousa, de 59 anos. Contou que há mais ou menos um mês não consegue respirar direito. “Nesse período de tempo já fui mais de quatro vezes no hospital com crise de rinite e bronquite. Só que não adianta nada. A gente é medicada e depois tem que enfrentar o pó preto tudo de novo. Acho que essa situação não tem mais jeito”, criticou.

OFÍCIO DO PREFEITO À CSN

Na segunda-feira, dia 24, o prefeito Antonio Francisco Neto enviou ofício cobrando da empresa mais celeridade nos reparos das sintetizações. Citou que os setores são os maiores emissores de poluentes atmosféricos, o chamado pó preto, e vêm passando por uma grande reforma. Neto destacou no ofício que, no entanto, as melhorias anunciadas pela empresa ainda não são sentidas pela população, o que motivou a manifestação do prefeito.

Vale lembrar que, em maio deste ano, o prefeito fez uma visita à Usina Presidente Vargas (UPV), ocasião que foi anunciado oficialmente o início das obras de modernização na sinterização. “Apesar do processo não ser imediato, todos esperam que as melhorias tenham efeito prático para os próximos dias”, disse o prefeito.

Ao A VOZ DA CIDADE, a Assessoria de Imprensa da CSN informou que, a empresa entende as preocupações do prefeito e fornecerá todas as informações sobre as grandes obras e medidas adotadas para mitigar o pó preto em Volta Redonda.

 

 

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