VALENÇA
Agentes da 91ªDelegacia de Polícia (DP) coordenados pelo delegado titular Carlos César Santos, prenderam na sexta-feira, dia 9, um homem, de 41 anos. Ele é suspeito de atuar como falso médico no Hospital Escola de Valença há dois meses.
Segundo o delegado Carlos César Santos, os agentes conseguiram prender o falso médico depois de receber denúncia do Hospital Escola de Valença, onde ele atuava. “Esta pessoa também se identificava como primeiro tenente médico do Exército, utilizando nome falso e farda. Informalmente, ele disse que há mais de 15 anos assumiu a identidade de um médico que atualmente trabalha no Estado de Goiás”, explicou Santos, acrescentando que foram apreendidos com o suspeito uma carteira do Exercito, título de eleitor e uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) todos em nome médico que atua no Estado de Goiás. “O falsário não portava nenhum documento com sua verdadeira identidade. Estamos tendo dificuldade para identificá-lo corretamente. Porém, já foram recolhidas impressões digitais e enviamos para o Instituto Médico Pacheco para que seja levantada a sua identidade”, informou.
Carlos César revelou que a Polícia Civil também está apurando uma vítima que foi atendida pelo falsário no último dia 3. Na sexta-feira, dia 9, a vítima teve sua perna amputada. “Segundo declarações do filho da vítima, o falsário simplesmente medicou com analgésico e enviou a vítima para casa. A vítima sentindo várias dores retornou no dia 5 e foi novamente atendido por ele, mas continuou sentindo dores. No dia 8, quando internou já estava com quadro grave de necrose em uma das pernas. E no dia 9, uma das pernas da vítima foi amputada”, revelou o delegado que também está apurando a possibilidade de o falso médico ter atuado em outras cidades do Sul Fluminense. “Estamos felizes por ter tirado este cidadão de circulação. Ele disse, atua há mais de 15 anos no interior do Brasil. Conseguimos colher com ele, documentos de Santa Rita de Jacutinga e de Rio Preto, em Minas Gerais. Temos informações de que o falsário teria atuado nos municípios vizinhos de Barra do Piraí e de Mendes. Estamos enviando ofícios para estas secretarias de saúde para que possamos elucidar o mais rapidamente e corretamente os crimes cometidos por este falsário”, explicou Carlos César.
De acordo com o delegado, o falso médico vai responder pelos crimes de falsidade ideológica, exercício ilegal da medicina, lesão corporal e uso de documento falso e falsa identidade.
FALSÁRIO NÃO PERTENCIA AO QUADRO
A direção do Hospital Escola de Valença informou que o falsário não pertencia ao quadro médicos, apenas realizou plantões avulsos. “Durante este período, outros profissionais do hospital estranharam a forma de agir e falar dele e alertaram a diretoria, que passou o caso para a Polícia Civil”, informou a unidade hospitalar.
“O falsário aproveitou da pandemia do novo coronavírus e da escassez de médicos para os atendimentos aos pacientes, apresentou-se ao Hospital Escola como médico cirurgião e intensivista, além de também afirmar ser tenente do Exército Brasileiro, passando a cobrir plantões vagos no hospital”, explicou a Polícia Civil.