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Pesquisa do IBGE aponta que Brasil ainda tem 11 milhões de analfabetos

Por Franciele Aleixo
a voz da cidade
SUL FLUMINENSE
O Dia Nacional da Alfabetização será lembrado em 14 de novembro, mas segundo a pesquisa mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de analfabetismo no Brasil teve uma discreta melhora, saindo de 6,8%, em 2018, para 6,6%, no ano passado. Este novo índice foi retratado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Educação. Mesmo com a diminuição, que representa aproximadamente 200 mil indivíduos, o país ainda conta com 11 milhões de pessoas que não sabem ler e escrever. De acordo com o IBGE, analfabetos são cidadãos que têm 15 anos de idade ou mais e eles não conseguem formular nem pequenos textos.

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Com o objetivo de mudar essa triste realidade e transformar vidas, a Estácio elaborou o Programa de Alfabetização e Letramento para Jovens e Adultos, que já recebeu aproximadamente 500 alunos – entre jovens e pessoas da terceira idade — que moram nas comunidades adjacentes das unidades da instituição de ensino. Desde a sua criação, no primeiro semestre de 2018, há 2 anos, a iniciativa ganhou força e notoriedade no setor de educação. Participam do programa as unidades da Ilha do Governador (Zona Norte/RJ), Via Brasil (em Irajá, Zona Norte do Rio), Alcântara (Região Metropolitana/RJ), Queimados (Baixada Fluminense/RJ), Natal (Rio Grande do Norte) e Taguatinga (Brasília). A ideia tem atraído o interesse de cidadãos de várias partes do país e, por isso, os campi da Estácio em Resende (Região Sul Fluminense), Duque de Caxias (Baixada/RJ),  R9/Taquara (Zona Oeste/RJ), Nova América (Zona Norte/RJ), Aracaju (Sergipe), Carapicuíba e Interlagos (São Paulo), Boa Vista (Roraima), Constantino Nery (Manaus), Vitória (Espírito Santo) e Unidade Centro (Ceará), investiram, neste ano, na adaptação dos espaços, que foram modelados especificamente para que sejam utilizados para as aulas destes novos alunos. Por conta da pandemia, todas as aulas foram interrompidas, mas o Programa de Alfabetização e Letramentos para Jovens e Adultos da Estácio retornará assim que forem restabelecidas as condições sanitárias necessárias para assegurar a saúde dos alfabetizandos.

A Instituição de Ensino Superior está alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de número 4, da Organização das Nações Unidas (ONU), que quer garantir que todos os jovens e uma substancial proporção dos adultos – homens e mulheres – estejam alfabetizados e tenham adquirido o conhecimento básico de matemática até 2030. O ODS 4 visa assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, além de promover oportunidades de aprendizagem ao logo da vida para todos e todas. Os responsáveis pelo projeto sabem que a luta ainda é bastante grande, pois segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em julho de 2020, o Brasil ainda tem 11 milhões de analfabetos entre a população de 15 anos ou mais.

Por um período de quatro meses, os adultos e jovens têm aulas com estudantes dos cursos superiores de Licenciaturas da Estácio – como Pedagogia, Letras, História, Geografia e Matemática – com a participação dos próprios professores da instituição. As aulas acontecem no período noturno com duração de três horas por dia, duas vezes por semana, e são totalmente gratuitas para os alfabetizandos. As turmas presenciais têm em média até 24 estudantes e, ao final do curso, os alunos são capazes de ler e escrever pequenos textos, com compreensão, além de resolver problemas matemáticos simples, utilizar de forma crítica informações veiculadas nas diferentes mídias e comunicar-se por intermédio de mensagens de texto em aplicativo de dispositivo móvel. Durante os encontros, são propostos exercícios que envolvem várias questões, como ética, moral, cidadania e empatia. Com essas competências, a pessoa alfabetizada pode exercer plenamente a sua cidadania, reconhecendo o seu valor e seu papel na sociedade, fazendo com que suas chances de ingressar no mercado formal de trabalho aumentem. Muitos ainda optam em dar continuidade aos seus estudos.
— Nossa meta é levar esse programa a todas as unidades da Estácio no Brasil. Estamos alinhados com os ODS 4 da ONU e queremos combater o analfabetismo e erradicá-lo no entorno de nossos campi. Os novos dados do IBGE nos mostram que a batalha ainda é bem grande — afirma Cláudia Romano, vice-presidente de Relações Governamentais, Sustentabilidade e Comunicação da Estácio.


Segundo Cláudia, o projeto faz parte da missão da Estácio que é Educar para Transformar e reforça a diretriz de manter um relacionamento próximo e sustentável com a comunidade do entorno de suas unidades. Ainda de acordo com ela, a iniciativa também representa uma oportunidade única para os alunos da instituição, pois vão aprender na prática ao atuarem como alfabetizadores, o que sustenta o compromisso com a empregabilidade destes egressos.
A metodologia foi desenvolvida de forma a incentivar e efetivar o aprendizado dos jovens e adultos, a promover a sua autoestima, a reconhecer as suas potencialidades e a evitar a evasão dos alfabetizandos. — Esses adultos se sentem excluídos por conta do analfabetismo e é muito comum que tenham o ímpeto de desistir. Por isso, atuamos de forma a apoiar os alunos a seguirem estudando, apesar das dificuldades — complementa Claudia.

São utilizadas metodologias ativas de ensino-aprendizagem nas quais os participantes são protagonistas ativos e colaborativos no desenvolvimento de projetos, na resolução de problemas e realizando pesquisas. Os alfabetizandos contam com uma grande diversidade de materiais instrucionais, multimídia e tecnologias educacionais desenvolvidos pela Estácio de acordo com o método do Sistema de Alfabetização e Letramento, tais como bingo, quebra-cabeça, baralho, caça-palavras, vídeos, jogos e aplicativos.  Os alfabetizandos não são submetidos a provas e o desempenho deles é avaliado a partir do alcance das competências estabelecidas. O ensino é individualizado e os alunos que não alcançam as competências são acompanhados para reforço e recuperação da aprendizagem. O Sistema Estácio de Alfabetização e Letramento agrega a alfabetização e letramento em língua portuguesa e matemática com a alfabetização e letramento midiático e informacional, e a modalidade de ensino presencial com o ensino a distância.

Mais informações sobre a pesquisa do IBGE:

A boa notícia do órgão é que, ao longo do tempo, a taxa está baixando. Em 2016, por exemplo, tínhamos 7,2% de analfabetos no país. Entre aqueles com 60 anos ou mais, a pesquisa registra queda e o índice atual de analfabetos é de 18%. Em 2018 eram 18,6% e 20,4%, em 2016. A luta contra o analfabetismo ainda é bem grande e uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005/2014, que estabelece o que deve ser feito para melhorar a educação no país até 2024, que vai do Ensino Infantil até a pós-graduação. Esta lei, estabelecia que, em 2015, o Brasil deveria alcançar a meta de 6,5% de analfabetos com 15 anos ou mais, sendo que, em 2024, a taxa deverá zerar.

A pesquisa diagnosticou ainda desigualdades raciais e regionais na alfabetização em nosso país. A taxa de analfabetismo dos brancos é de 3,6% (com 15 anos de idade ou mais), enquanto o índice de analfabetos da população parda e preta chega a 8,9%, segundo os dados do IBGE. Lamentavelmente, a taxa aumenta entre as pessoas que tem 60 anos ou mais: 9,5% dos brancos e 27,1% dos pretos e pardos não sabem ler e nem escrever. Ela chama a atenção porque essa diferença representa um percentual três vezes maior. Com relação às regiões do país, a pesquisa realizada entre as pessoas com 15 anos ou mais, o cenário é o seguinte: o Nordeste tem o maior percentual de analfabetos, 13,9%; o Norte, 7,6%; o Centro-Oeste, 4,9%; e as regiões Sul e Sudeste têm as menores taxas, 3,3%. Já entre os que têm 60 anos ou mais, as taxas são de 37,2%, no Nordeste; 25,5%, no Norte; 16,6%, no Centro-Oeste; 9,7%, no Sudeste; e 9,5%, na região Sul do Brasil. Vale registrar ainda que o Nordeste foi a única região que apresentou um leve aumento da taxa de analfabetismo no período entre 2018 e 2019, entre os jovens, o índice foi bem discreto 0,03 ponto percentual, já entre os mais velhos a variação foi de 0,33 percentual.

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