RESENDE
A paralisação dos caminhoneiros e a escassez de combustível nos postos provocou um fim de semana atípico na região de Visconde de Mauá, principal zona turística do Sul Fluminense. Com o temor da pane seca, diversas reservas realizadas para sábado, dia 26, foram canceladas e desde o início da greve diminuiu significativamente a procura pela estadia na rede hoteleira da região de Mauá, formada por Visconde de Mauá, Maringá, Maromba, Vale do Pavão e Cruzes. A projeção para o feriado prolongado de Corpus Christi, a partir desta quinta-feira, dia 31, é de baixa ocupação caso a paralisação dos caminhoneiros não termine e os postos tenham combustível suficiente.
Segundo o balanço realizado nesta segunda-feira, dia 28, pela direção da Associação Turística e Comercial da Região de Visconde de Mauá, ao A VOZ DA CIDADE, os prejuízos aos empresários só não foi pior devido às reservas antecipadas que não foram canceladas, segundo explicou o presidente Paulo Gomes de Oliveira. “Realmente, a falta do combustível atrapalhou bastante o movimento na região de Visconde de Mauá. As reservas de sexta-feira foram cumpridas quase que em sua totalidade, o turista conseguiu chegar à nossa região apesar da crise de abastecimento em todo o país. Porém, no sábado, registramos diversas desistências e a maioria das pessoas justificando o cancelamento por não ter garantia do combustível para o seu deslocamento na viagem. O posto de Visconde de Mauá zerou estoque no sábado e nossa expectativa, mediante todas as notícias a respeito dessa crise, é que de quarta-feira em diante tenhamos melhor perspectiva quanto ao abastecimento”, frisa Paulo Gomes.
De acordo com dados da Mauatur, a região de Visconde de Mauá reúne
Aproximadamente 1.800 leitos da rede hoteleira, sendo outros 600 estabelecimentos no ramo de restaurantes. Segundo o presidente Paulo Gomes de Oliveira, durante o feriadão de Corpus Christi somente as reservas antecipadas podem salvar o faturamento dos hoteleiros e donos de restaurantes. No momento, a taxa de ocupação a partir das reservas realizadas projeta índices oscilando entre 60% e 70%. “Estamos preocupados com o rumo da paralisação. Sem combustível o turista não vem e quem sofre mais são tanto os hoteleiros, donos de pousadas quanto os proprietários de restaurantes. Afinal, quem consegue chegar opta em economizar no circuito de passeio de carro. A tendência é que este turista faça suas refeições no próprio leito onde está hospedado, assim, o cenário tende a ser de restaurantes com pouco movimento. A escassez de alimentos não influencia tanto, porque alguns conseguem abastecimento com produtores locais, que utilizam pequenos veículos e comida não falta. O problema é o combustível. A paralisação precisa terminar ou que haja bom senso em liberar combustível para a população”, frisa o presidente da Mauatur lembrando que desde o início da paralisação dos caminhoneiros, há oito dias, a procura por reservas para Visconde de Mauá durante o feriadão estão praticamente zeradas. “O setor de restaurante amarga queda nas vendas em torno de 70%. Nem aquele turista regional que costuma ir até Visconde de Mauá para almoçar no fim de semana apareceu. Se persistir a greve e o desabastecimento de combustível por mais uma semana viveremos o caos”, revela.
DER
A crise do desabastecimento de combustível afeta toda a frota nacional e não é diferente com os veículos do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio de Janeiro (DER-RJ). Com a falta do óleo diesel, está comprometido o serviço de manutenção da RJ-163 – Estrada Parque. A via danificada pelas chuvas e reaberta em abril pelo DER, necessita de reparos no pavimento. A promessa do órgão estadual aos moradores da região era que ocorresse a intervenção por estes dias, antecedendo o feriado de Corpus Christi. “O DER-RJ ficou de promover a operação tapa-buraco e recuperação do asfalto da RJ-163, mas sem combustível os caminhões não tem como chegar à Visconde de Mauá. Nossa solicitação era de melhorias antes do feriado prolongado e com a greve este serviço ficou prejudicado e sem previsão de execução”, lamenta o presidente da Mauatur.