NOVA IORQUE/BARBADOS
Líderes caribenhos e das Nações Unidas participaram do primeiro lançamento regional de um plano para garantir que todas as pessoas estejam protegidas por sistemas de alerta precoce até o ano 2027.
O evento aconteceu em Bridgetown, capital de Barbados, na terça-feira. Com os crescentes riscos climáticos, o foco é mobilizar os líderes nacionais a apoiar a iniciativa “Alerta Precoce Para Todos”.
Região é afetada por tempestades e furacões
Em 2021, o Caribe enfrentou a quarta temporada de furacões mais cara da região, com 21 tempestades incluindo sete furacões.
Em novembro, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, já havia anunciado o plano durante a Conferência de Mudanças Climáticas, COP27, no Egito.
A Organização Meteorológica Mundial, OMM, e o Escritório das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres, Undrr, são colíderes na implementação do plano.
Salvando vidas e reduzindo perdas
Ambas as agências informaram que cerca de um terço dos países do globo não estão protegidos por sistemas de alerta precoce de vários perigos. O alerta é uma das medidas de adaptação climática mais comprovadas e econômicas.
Ele não apenas salva vidas, reduzindo a mortalidade por desastres em até oito vezes, mas também diminui as perdas econômicas após as catástrofes climáticas.
Segundo o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, “o número de desastres relacionados ao clima em todo o mundo aumentou cinco vezes nos últimos 50 anos, mas nem todos os países do Caribe possuem sistemas completos de alerta precoce”.
A OMM enfatizou que é vital apoiar o Caribe na construção de resiliência climática e a desastres para que os países possam agir com antecedência.
Cooperação e investimento
No lançamento regional, os líderes definiram medidas práticas para garantir que a iniciativa seja incorporada às estratégias de gerenciamento de risco de desastres. Além disso, destacaram trabalhos já em andamento, inclusive por entidades como a Agência Caribenha de Gerenciamento de Emergências em Desastres, Cdema.
Apesar de 19 estados e territórios fazerem parte do Cdema, apenas 30% estabeleceram planos para sistemas de alerta precoce de perigos múltiplos.
Para a implementação é preciso investimento em conhecimento de riscos de desastres, observações e previsões, preparação e resposta e comunicação de alertas precoces, com prioridade especial para comunidades vulneráveis.
Também serão necessários novos investimentos iniciais direcionados de US$ 3,1 bilhões entre agora e 2027, equivalente a um custo de apenas 50 centavos por pessoa por ano.
O lançamento também coincidiu com uma conferência da OMM para a região, com o tema: Aumentando a resiliência do clima, da água e do clima na América do Norte, América Central e Caribe.
O evento em Kingston, capital da Jamaica, termina nesta quinta-feira.