NOVA YORK
O Brasil teve o maior número de casos de dengue relatados nas Américas nas primeiras quatro semanas de 2024, segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS. O país atingiu 262.247 ocorrências no período analisado. A região notificou 373.709 casos totais da doença, dos quais 132.558 foram confirmados e 258 evoluíram para casos graves. Até o momento, foram registradas 57 mortes.
Introdução de vacina
Para o chefe do Programa Global de Doenças Tropicais Negligenciadas da OMS, a temporada de dengue está atingindo seu pico no Hemisfério Sul, especialmente nas Américas, com influência de mudanças climáticas e do fenômeno El Niño. Raman Velayudhan classificou a tendência no Brasil como “alarmante” e crescente, o que levou o governo a declarar uma emergência. Ele informou que o Brasil é um dos dois países das Américas que está introduzindo a nova vacina contra a dengue, produzida pela empresa japonesa Takeda, em seu calendário de vacinação de rotina para crianças de dez a 14 anos, visando imunizar cerca de 2,5 milhões de menores. Velayudhan disse que todos os quatro sorotipos da dengue foram detectados na região. Ele explicou que é muito difícil encontrar uma vacina que seja eficaz contra todas as variantes e que esse desafio equivale a “encontrar uma chave que abra quatro fechaduras”.
Cuidados durante o carnaval
O representante da OMS afirmou que com a chegada do Carnaval, a agência recomenda fortemente medidas de proteção pessoal, como uso de roupas que cubram o corpo e repelentes capazes de impedir picadas de mosquito. Para responder ao grande número de casos nas Américas, o especialista afirmou que a OMS está atualmente apoiando os países no planejamento e implementação de intervenções multissetoriais prioritárias para controlar a propagação da dengue, tais como o reforço da vigilância e a realização da estratificação do risco dos países para priorizar ações. A agência também contribui com a atualização de orientações e treinamentos para manejo clínico, vigilância e o controle do vetor, para orientar as atividades preventivas, incluindo aquelas com participação comunitária. Em 2023, ocorreram mais de 5,5 milhões de casos e foram notificadas 5 mil mortes em todo o mundo.
*Silas Avila Junior – Correspondente internacional