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MPRJ informa que aconteceram pelo menos 47 repasses de dinheiro de servidores ao vereador Temponi  

Por Carol Macedo
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VOLTA REDONDA

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que identificou pelo menos 47 ocorrências de repasses de servidores ao vereador Vander Temponi Faria (PTB) entre janeiro de 2021 e julho de 2022. Esse é o primeiro mandato do parlamentar, eleito em 2020 para seu primeiro mandato. Ele sofreu uma decisão judicial para afastamento do cargo por 180 dias, seis meses, para continuidade da investigação. Segundo o MPRJ, o vereador liderava esquema de ‘rachadinha’.

A denúncia foi feita pelo MPRJ, por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco. A decisão da Justiça foi do juízo da 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa. O MPRJ diz que além do parlamentar, outras quatro pessoas foram denunciadas pelo envolvimento no esquema e responderão pelos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e usurpação de função pública. “A ação penal é um desdobramento da Operação Prática Nefasta, deflagrada pelo GAECO/MPRJ no início deste mês de junho”, diz o órgão.

Vereador Temponi está em seu primeiro mandato – Fotos: Redes Sociais

Nesta quarta-feira nome do vereador afastado ainda estava na identificação das cadeiras do plenário – Foto: Evandro Freitas

 

 

 

 

 

 

 

 

Na decisão judicial o juiz teria apontado que Temponi teria estruturado uma organização criminosa para proporcionar o desvio de grande volume de dinheiro público. “Isso era feito mediante a tomada sistêmica da maior parte do salário de servidores nomeados em seu gabinete, com entrega pessoal de valores em espécie, transferências em favor do próprio vereador ou a terceiros com quem Temponi mantinha compromissos. Ainda de acordo com a denúncia, os servidores ficavam com apenas cerca de R$ 1 mil dos mais de R$ 7 mil que recebiam oficialmente a título de salário”, aponta o MPRJ, completando que a denúncia encaminhada aponta que o vereador praticou por diversas vezes o delito de lavagem de dinheiro com intuito de ocultar e dissimular a origem dessas remunerações que eram desviadas.


O órgão estadual chegou a pedir a prisão de Temponi, mas o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira optou por medidas cautelares, como afastamento e comparecimento a cada dois meses em juízo, sempre entre o dia 1º e 10, proibição de manter contato com as testemunhas e outras pessoas contidas no processo, proibição de se afastar da cidade por um prazo superior a cinco dias, não poder entrar na prefeitura e câmara e também das sedes do Governo do Estado, além de não poder ser nomeado a qualquer cargo público nas esferas municipal, estadual e federal

NOVAMENTE PROCURADO

O vereador Temponi foi novamente procurado pelo A VOZ DA CIDADE. Na noite de ontem disse que seu advogado iria procurar o inteiro teor do processo e da acusação. “Estou com a consciência tranquila e com a certeza que tudo será resolvido”, disse. Nesta quarta-feira disse que ainda aguardava o retorno do seu advogado.

O presidente da Câmara de Volta Redonda, vereador Paulo Conrado, teria dito ontem que não tinha ainda sido comunicado da decisão da Justiça. Ele não atendeu os telefonemas nesta quarta-feira. Nesta quinta-feira, 29, será realizada a última sessão antes do recesso do meio do ano. Segundo informações, o suplente do vereador Temponi é Sebastião Leite.

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