BARRA MANSA
O município de Barra Mansa asssitiu à inauguração do Museu do Trabalho e dos Direitos Humanos, na última sexta-feira, dia 3, no mesmo local onde funcionou o 1° Batalhão de Infantaria Blindada do Exército e existia um centro de tortura contra opositores do regime militar.
A instalação é desdobramento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado pelo Ministério Público Federal (MPF) e a prefeitura com o objetivo de transformar a área em um espaço de Memória & Verdade, em homenagem às vítimas da ditadura.
“Foi uma luta importante, não só do MPF, mas de outras instituições, como OAB, Comissões da Verdade e movimentos sociais”, afirmou o procurador da República Julio José Araujo Junior, que também é procurador regional dos direitos do cidadão adjunto do MPF no RJ, esteve à frente do TAC na época da assinatura e foi convidado para a cerimônia.
O batalhão foi um dos principais centros de tortura da época da ditadura militar, entre o final dos anos 60 e início dos anos 70, e era chamado de “sucursal do inferno”, com episódios de tortura cotidianos, que atingiam também os próprios soldados. O local ficou famoso também por ser o único caso conhecido em que a Justiça Militar condenou sete militares – das mais variadas patentes – pela prática de tortura. Em 1973, após a condenação dos militares, as atividades do batalhão foram encerradas.
O museu é organizado pelo Centro de Memória do Sul Fluminense Genival Luiz da Silva (CEMESF), da Universidade Federal Fluminense (UFF), e fica localizado no Parque da Cidade de Barra Mansa. O objetivo é contribuir para a construção de uma cultura de afirmação dos valores democráticos e de prevenção contra violações aos direitos humanos.