VOLTA REDONDA
Motoristas do município não gostaram nada da surpresa que tiveram no último feriado de Finados com o aumento de quase 12% no valor do Gás Natural Veicular (GNV). Desde então, os usuários vêm tentando encontrar uma maneira de denunciar o abuso e, sendo assim, no final da manhã de ontem, dezenas deles percorreram algumas ruas do bairro Aterrado fazendo um buzinaço. O objetivo, segundo os manifestantes, foi chamar a atenção dos vereadores para que o Legislativo também entre na ‘luta’ contra esse abuso.
Com o aumento recente, o metro cúbico de GNV chega a R$ 3,69 em Volta Redonda. Taxistas, motoristas de aplicativos como Uber e até mesmo motoristas particulares foram prejudicados. Ontem também, o Procon de Volta Redonda, a Guarda Municipal (GM-VR) e a Secretaria Municipal de Fazenda (SMF), realizaram uma fiscalização em alguns postos de GNV da cidade. O objetivo foi de fiscalizar e mapear se há abuso no valor cobrado na bomba, a ação ocorreu ainda para levantar a regulamentação dos postos e saber se está tudo em conformidade.
AÇÃO SE TORNAR FREQUENTE
Segundo explicou o coordenador administrativo do Procon de Volta Redonda, Alexandre Masse, esta ação vai se tornar frequente com a finalidade de evitar o exagero e acompanhar o preço que o dono do posto paga no metro cúbico e quanto ele vende. “No caso de alguma irregularidade, na nossa visita iremos orientar os comerciantes para que eles tomem alguma providência e se adequem aos preços”, explicou o coordenador, lembrando que essas visitas são feitas em 80% dos postos de GNV do município e muita das vezes escolhidas através das reclamações dos clientes, no Procon. “Para eles, o preço médio varia entre 3,60 a 3,70 o metro cúbico”, completou.
O coordenador relatou que a população tem que se conscientizar sobre esses abusos, pois a melhoria dos preços começa com a participação de cada cidadão em pagar um preço acessível. “Qualquer abuso que a população note, deve ser comunicado ao Procon para que auxiliemos nas medidas a serem tomadas”, aconselhou. Para o prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, a concorrência é sempre saudável e o mais beneficiado tem que ser sempre o consumidor. “Desenvolvemos na prefeitura várias ações visando à ampla concorrência. Gostaríamos que os órgãos estaduais e federais, que são os verdadeiros responsáveis pela fiscalização de postos, ajudassem a cidade em diminuir os preços abusivos”, ressaltou o prefeito, ressaltando que a chegada de novas empresas à cidade também significa mais vagas de emprego.
PREÇOS DE ETANOL E GNV NA REGIÃO
Segundo pesquisa da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor médio do metro cúbico do GNV em Barra Mansa baixou de R$ 3,215 para R$ 3,205 em cinco postos analisados, no período das últimas quatro semanas – queda de 0,31%. Em Volta Redonda, o metro cúbico analisado em três postos fiscalizados pela ANP, também nas últimas quatro semanas, indica estagnação no valor de R$ 3,369. Em Resende, a pesquisa atualizada da ANP das mesmas últimas quatro semanas, em apenas dois postos pesquisados, indica que houve redução de 0,29%. A última coleta na cidade ocorreu dia 29 de outubro.
No comparativo anual o metro cúbico neste período em 2017 era comercializado em Barra Mansa por R$ 2,726, alta de 17,57%. Em Volta Redonda, o valor era de R$ 2,827/m³, com elevação de 19,17%. Em Resende, com base nos atuais R$ 3,099 nos locais mais caros, a alta foi de 22,35%. “Eu rodo por toda a região como representante comercial e sei o que é a realidade nas bombas. O GNV em Resende e Volta Redonda estão elevados sim. Quando estou no Sul de São Paulo abasteço pra compensar o que rodo aqui, um absurdo de diferença. Meu gasto mensal com combustível era de R$ 400 e atualmente gira quase em R$ 580”, comenta Paulo Magno, morador de Porto Real.
Sobre o etanol, o preço médio em Barra Mansa é de R$ 3,624/l, segundo a ANP, que analisou 13 postos. No comparativo das últimas quatro semanas, subiu 1,12%. Em Volta Redonda, o valor médio é de R$ 3,628 e há quatro semanas estava mais baixo, subiu 2,23% saltando de R$ 3,549/l. Já na cidade de Resende, o etanol tem preço médio em R$ 3,666/l, com alta de 5,25% perante os R$ 3,483/l entre os dias 7 e 13 de outubro. “Não temos alternativa a não ser repassar ao cliente o valor de impostos e reajustes da Petrobrás. Isso tanto no etanol, GNV ou gasolina. Visamos o lucro, ainda que tenhamos bom senso pra não onerar o consumidor. Tudo que ocorre atualmente é resultado de uma política econômica ineficiente no setor energético e todos somos vítimas”, comentou o gerente Marcos Pereira, de um posto em Resende.
GASOLINA TIPO A SOFRE REDUÇÃO
A Petrobras reduziu nesta quarta-feira, 7, o preço da gasolina tipo A nas refinarias, baixando o valor do litro do combustível de R$ 1,7293 para R$ 1,7165, queda de 0,74%. Na terça-feira, a empresa já havia reduzido o preço da gasolina em 6,35% mantendo as reduções de preços que seguem desde outubro. Quanto ao diesel, o valor para as refinarias esta mantido em R$ 2,1228.
Segundo a Petrobrás, a gasolina e o diesel vendidos nas refinarias às distribuidoras são os combustíveis tipo A, diferentes dos produtos à venda nos postos de combustíveis, ou seja, gasolina sem a combinação com o etanol, e o diesel sem adição de biodiesel. Para o consumidor a ansiedade é por valores mais em conta às vésperas de feriados prolongados e festejos de fim de ano. “To cansado de ouvir que baixou ali, aqui e o preço na bomba não muda! Uma vergonha o que sofremos com a política de preço dos combustíveis no Brasil”, argumenta o montador Francisco Neto, de Resende.