ANGRA DOS REIS
Após três meses de encontros semanais que investigaram o aprofundamento no trabalho autoral de cada ator, a Oficina ‘O Ator e a Cena’ chega ao fim com duas montagens cênicas em homenagem ao grande dramaturgo brasileiro Nelson Rodrigues.
Amanhã, alunos da oficina apresentam no Centro Cultural Theóphilo Massad – CCTM, os espetáculos ‘Valsa n° 6’ e ‘O Beijo no Asfalto’, a partir das 20 horas. O evento é coordenador pelo ator, arte-educador, diretor e produtor teatral João Vitor Novaes, Mestre em Artes Cênicas, Bacharel em Interpretação e Licenciado em Teatro, com mais de 15 anos de profissão.
O curso foi voltado àqueles que desejavam experimentar o teatro a partir do contato com as ferramentas básicas da arte da interpretação, buscando ampliar a capacidade expressiva tanto do corpo quanto da voz, visando ainda desenvolver a sensibilidade, a criatividade e a capacidade de comunicação.
A oficina ofereceu bolsas de estudos e vários parceiros como Luiz Alberto da Interação Produções, Vera Gaspar do Núcleo de Referência e Ana Paula Gelpke do Espaço Lê Partie, investiram em outras bolsas de estudos que possibilitaram 6 jovens de Angra dos Reis estudarem gratuitamente.
VALSA N° 6
A peça é um drama psicológico que conta a história de uma menina de 15 anos que foi assassinada. Agora ela luta para, entre um delírio e outro, conseguir montar o quebra-cabeça de suas memórias. O texto de Nelson Rodrigues é centrado na personagem que abandona o lógico e o racional, dando espaço para a emoção doentia da moça.
A Valsa nº6, décima peça escrita por Nelson em 1951, se inspira no título da música de Choppin. Música pela qual a moça é obcecada, tocando-a várias vezes durante a peça de forma compulsiva.
Além da valsa, a adolescente é obcecada por dois nomes: Sonia, uma adolescente com a mesma idade da personagem, e Paulo, que pode ser um namorado ou alguém que ela deseja ou imagina. O quebra cabeça vai sendo montado numa história de adultério, pedofilia, múltipla personalidade, traumas e alucinações, onde é muito difícil separar o real do imaginário.
O elenco é composto por Antônio França, Flaviana Ayres, João Oliveira, Laís Vicente, Laura Proença, Livia Reis, Luana de Moraes e Mariana Souza.
O BEIJO NO ASFALTO
Escrita em 1960, a peça está na categoria de dramas chamada Tragédias Cariocas e começa quando um desconhecido é morto ao ser atropelado por um ônibus e, agonizante, pede a um bancário que lhe de um beijo na boca. Esse ato de misericórdia, um beijo na boca dado a um homem por outro homem na hora de sua morte, repercute de formas contraditória quando umam repórter sensacionalista e um delegado corrupto fazem do ato um escândalo social, abalando a reputação de Arandir, que diz ter atendido o pedido do moribundo, levando a uma exarcebação dos sentimentos que conduz a um trágico e surpreendente desfecho. No elenco estão Nanda Neves, Camila Iris, Nina Santos, Cristina Moraes e Emmanuel Vilas.