PARATY
Não vai ser fácil para o prefeito eleito Luciano Vidal (MDB) começar um novo governo. Ele já foi diplomado pela Justiça Eleitoral na última quinta-feira e sua posse está marcada para este sábado, às 16 horas, na Câmara de Vereadores, mas terá que lidar com uma ação proposta pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), por meio da Promotoria junto à 57ª Zona Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro. O teor é um pedido de investigação judicial eleitoral por captação ilegal de voto e abuso de poder econômico.
A ação é contra o prefeito eleito, o vice-prefeito, Valdecir Ramiro, e o empresário financiador da campanha, Ronaldo Freire Carpinelli, preso em flagrante no dia da eleição, 4 de agosto, por oferecimento de vantagens a eleitores. “De acordo com as investigações, no dia 04, data das eleições suplementares realizadas no município, Ronaldo circulou em áreas carentes da cidade, notadamente as comunidades da Ilha das Cobras e Parque Mangueira, distribuindo dinheiro, material de campanha e pagando alimentos e bebidas em troca de votos para a chapa”, diz nota enviada pelo MPE.
A diferença entre o primeiro e segundo lugar na eleição deste mês foi de 34 votos.
Ronaldo foi detido quando fiscais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) chegaram ao Colégio Municipal Parque da Mangueira e o viram cercado por eleitores. Foram encontrados R$10.947,00 em espécie, um cheque ao portador no valor de R$7.558,00, apontamentos sobre entrega de bens e materiais de construção em diversos bairros da cidade e anotações de contratos firmados por ele com o município de Paraty.
“Em seus pedidos, requer a promotoria que o auto de prisão em flagrante de Ronaldo seja distribuído à 57ª Zona Eleitoral, que os autos sejam enviados à Delegacia da Polícia Federal de Angra dos Reis para a instauração de inquérito que apure os crimes de compra de votos, caixa dois de campanha, corrupção passiva e ativa e lavagem de capitais, e identificação das empresas em que Ronaldo possui participação e, dentre estas, quais possuem contratos firmados com o município”, diz a nota do MPE, completando que caso a prática de abuso de poder econômico seja configurada, além da captação ilícita de sufrágio, os políticos poderão ter seus mandatos cassados e os três denunciados ficarão inelegíveis pelos próximos oito anos, além de pagarem multa.
Vidal era ex-vice-prefeito de Casé Miranda, eleitos em 2016. No ano seguinte o TRE iniciou julgamento contra ambos de uma ação de abuso de poder político durante campanha eleitoral usando o Programa social “Paraty, minha terra é aqui”. No mês de junho o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu pelo afastamento de Casé e Vidal e marcou eleições suplementares. No dia 4 Vidal e seu vice foram eleitos com 9.093 votos (44,29% dos válidos).
O A VOZ DA CIDADE tentou falar com o prefeito eleito, mas até o fechamento desta edição nenhum contato foi possível.
O A VOZ DA CIDADE tentou falar com o prefeito eleito, mas até a publicação dessa matéria nenhum contato foi possível.