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Pneumologista fala de sequelas pós-Covid e necessidade de acompanhamento médico mesmo após alta

Por Carol Macedo
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BARRA MANSA

Com mais de 16 milhões de pessoas recuperadas da Covid-19 no Brasil, sendo 893,595 mil no Estado do Rio de Janeiro, de acordo com a última atualização do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde, até essa quinta-feira, dia 1º, é possível se preocupar com uma possível epidemia subjacente silenciosa. São elas as sequelas deixadas pelo coronavírus, mesmo após a pessoa se curar. Uma matéria publica na Veja, aponta que até 80% dos recuperados sentem ao menos um sintoma até quatro meses depois do fim da doença.

Para falar sobre isso, o A VOZ DA CIDADE conversou com o médico pneumologista de Barra Mansa, Francis Bullos, que relatou que, mesmo com sintomas leves ou graves da Covid-19, o paciente que recebe alta pode ficar com sequelas e por isso a importância de se continuar tendo o acompanhamento médico após ser liberado.

De forma geral, as principais manifestações pós-Covid relatadas são: fadiga; falta de ar; dores de cabeça; dores musculares; queda de cabelo; perda de paladar e olfato (temporária ou duradoura); dor no peito; tontura; tromboses; palpitações; depressão e ansiedade; dificuldades de linguagem, raciocínio e memória.


De acordo como pneumologista, esses fenômenos acontecem porque o coronavírus é uma doença iminentemente inflamatória que atinge os órgãos causando lesões que podem perdurar.  “É como se houvessem dois exércitos, e o campo de batalha fosse seu corpo. Ao final, não vão morrer apenas os soldados de ambos lados, mas o cenário também pode ficar devastado. É o que ocorre no nosso corpo durante a briga do vírus com os anticorpos”, exemplificou.

O médico ainda afirmou que uma das principais sequelas que mais o preocupa é o tromboembolismo. “Isso nas vias arteriais e venosas podem causar o deslocamento desse trombo para o coração, cérebro e outros locais”, afirmou, destacando que quando suas pacientes mulheres se contaminam ele pede imediatamente que o contraceptivo tomado, se existir, seja suspenso e entra com anticoagulante.

De 551 dos seus pacientes que tiveram Covid-19, Francis Bullos destaca que perdeu apenas um, que era diabético, hipertenso e procurou a unidade hospitalar quando já estava em um estado mais avançado da doença. “Os outros 500 que foram curados, quase todos tiveram sequelas. Não tenho uma estatística definida da porcentagem exata do que cada um teve, mas digo que cerca de 30% tiveram o cansaço. Os pacientes que mais me metem medo são os que têm dores nas pernas. Com esse é preciso mais atenção, porque a trombose é perigosa”, argumenta.

Francis Bullos pede ainda para que todos aqueles que se curaram da Covid-19, que não deixem de ter o acompanhamento, mesmo recendo alta e que fiquem atentos aos sinais do corpo.

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