BRASÍLIA
O ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, reafirmou que a planilha intitulada “Italiano” localizada pela Polícia Federal no Setor de Operações Estruturadas da empreiteira é referente a pagamentos não contabilizados ao Partido dos Trabalhadores (PT) por meio do ex-ministro Antônio Palocci. Ele também ratificou depoimentos anteriores ao afirmar que o codinome “Amigo” nas planilhas se refere ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele foi interrogado na tarde de segunda-feira em audiência da ação penal que trata da compra de um terreno para construção do Instituto Lula e de um apartamento vizinho ao imóvel onde o petista mora, em São Bernardo do Campo. A oitiva durou quase quatro horas. Marcelo, Lula e Palocci são réus deste processo, juntamente com outras quatro pessoas.
O ex-presidente da Odebrecht contou detalhes sobre a relação entre os políticos e os executivos da empreiteira. Segundo ele, cada político tratava sempre com o mesmo executivo, que era apelidado de “padrinho”. Mesmo decisões internas da Odebrecht relacionadas a determinado político só poderiam ser tomadas se alinhadas e comunicadas com o seu “padrinho” na empresa.
Marcelo Odebrecht foi o primeiro dos réus a ser interrogado nesta ação penal. A oitiva do ex-presidente Lula está marcada para o dia 13 de setembro.