RESENDE
Um mal entendido entre policiais civis e militares será levado às respectivas corregedorias. Entre a noite de quarta-feira e a madrugada de quinta-feira, policiais civis da Delegacia de Combate às Drogas do Rio de Janeiro, estiveram em Visconde de Mauá para conferir uma informação de que um traficante do Morro da Mangueira, do Rio de Janeiro, estava comemorando aniversário em uma pousada local. Eles contaram que teriam sido abordados por policiais militares do 37º Batalhão de Polícia Militar, já na descida da Serra da Mantiqueira, na RJ-163, sendo colocados deitados no chão com rosto virado para o asfalto e ameaçados com fuzis. Já os policiais de Resende informaram que não conseguiram identificação dos mesmos e pensaram não se tratar de policiais porque tinham informação de que marginais iam explodir caixas eletrônicos na região com roupas da Polícia Civil.
Os policiais civis disseram que estavam uniformizados, identificados e em viaturas oficiais caracterizadas, mesmo assim foi feito cerco na RJ-163. Segundo eles, ao procurarem o traficante do Rio não obtiveram êxito e estavam retornando ao Rio de Janeiro quando foram abordados pelos PMs. Na abordagem foram colocados com rosto ao chão e ameaçados com fuzis. A confusão rendeu um boletim de ocorrência feito na 89ª Delegacia de Resende.
Já policiais militares informaram que os agentes civis não mostraram as devidas identificações provando ser policiais e que estavam em veículos descaracterizados, sendo um deles uma van. Em boletim de ocorrência divulgado pela PM, foi informado que uma guarnição recebeu pedido de ajuda de um dono de uma pousada que estava apreensivo com dois elementos que estavam na porta do estabelecimento. Os policiais foram ao local e se identificaram verbalmente como sendo agentes da equipe da DCOD e que estariam ali rastreando uma escuta telefônica de um suposto gerente do tráfico da favela da Mangueira.
Nesse momento, os PMs pediram a matrícula de um dos integrantes da equipe para fazer a ocorrência, porém, contaram que foi aí que aconteceram xingamentos e um princípio de confusão teria se instaurado. A guarnição da PM, por estar em número menor, teria deixado o local e retornou ao DPO e pediu apoio. No boletim, a PM informa que foi feita a abordagem e as partes foram para a 89ª DP, porém, fontes disseram que tentaram fazer a identificação oficial dos mesmos, mas que não foi possível.
A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro afirmou que os secretários estaduais das duas polícias tomarão as providências para apurar os fatos.
AÇÕES DISTINTAS E SEM CONEXÃO
Por conta dessa movimentação na semana em Resende, onde áudios de WhatsApp vazaram em grupos de bandidos sobre a confusão entre agentes da PM e Civil, o delegado da 89ª Delegacia de Polícia, Michel Floroschk informou que adiantou a ação realizada neste sábado para prender os supostos integrantes de uma quadrilha envolvida em assassinato e roubos na região Sul Fluminense, porque os mesmos poderiam fugir.