SUL FLUMINENSE
Nesta terça-feira, 2, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data, estabelecida em 2007, tem por objetivo difundir informações para a população sobre o autismo e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas por esta síndrome neuropsiquiátrica. A psicopedagoga, Eliane Alves Policiano e a pedagoga, Claudia Moraes, são especializadas nos Transtornos do Espectro Autista (TEA). Ambas são mães de autistas e buscaram a inspiração em seus filhos para se especializarem no TEA. Atualmente elas trabalham para ajudar na causa.
Eliane, que é de Barra Mansa, conta que seu filho está com 15 anos e desde que nasceu ela começou a estudar o TEA. “Para poder entender melhor meu filho, eu comecei a me informar mais e acabei me especializando, já que na época o tratamento especial era mais difícil”, expôs, relatando que atualmente realiza um trabalho de diagnóstico do autista para elaborar que tipo de abordagem será mais adequado para a pessoa com TEA.
Já Claudia, de Volta Redonda, contou que seu filho está com 30 anos e explicou a importância de um acompanhamento especial não apenas na escola ou no consultório, mas também dentro de casa. “É importante ter uma metodologia específica com a pessoa autista em todos os ambientes, por isso a necessidade de buscar se informar e ficar por dentro do assunto”, disse, citando que atualmente trabalha com metodologias específicas para pessoas autistas, onde forma pais, terapeutas e professores que desejam se especializar.
DESAFIOS DA EDUCAÇÃO
Os níveis de autismos variam de leve, moderado e severo, sendo que, quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no feminino. Uma das dificuldades na educação das crianças com autismo é a variedade das formas com que o transtorno se manifesta. Existem os que não falam, os que falam muito, os que não aceitam nenhum tipo de carinho e os extremamente carinhosos, os agressivos e os que ficam completamente alheios aos estímulos do ambiente.
Segundo Eliane Alves Policiano, os autistas precisam de abordagens e estratégias especiais para cada um. “O autista tem dificuldade de socializar, pois eles têm um jeito diferente de perceberem os estímulos do ambiente. O desafio do educador é encontrar uma maneira de fazer com que a criança se sinta bem e a vontade”, disse, informando sobre algumas das formas de abordagem com a criança autista. “Eles respondem mais ao visual, então precisam de materiais mais voltados para o lúdico e atividades para ajudar com a alteração sensorial”, expôs.
De acordo com Claudia, os que são diagnosticados com um grau de autismo mais severos, podem ser encaminhados às escolas especializadas, no entanto, a maior parte dos municípios não possui a unidade especial. “Acaba que uma grande maioria tem que ir para a inclusão, e muitas vezes a escola ou o professor não está preparado”, disse, acrescentando que ainda há uma grande necessidade da capacitação das escolas para atender esse público.
CONSCIENTIZAÇÃO
Para Claudia Morais a conscientização do autismo é de suma importância, pois algumas pessoas ainda desconhecem as características. “O autismo não é fisicamente aparente, então muitas pessoas tratam isso como uma forma banal, por não conseguirem ver”, disse, acrescentando que a divulgação tem que ser feita todos os dias e não apenas no dia 2 de abril. “É preciso divulgar informações, não apenas nos jornais, mas também na fila do pão, no ônibus, enfim, no dia a dia”, concluiu.
Após escrever uma carta ao prefeito de Vassouras Severino Dias (PPS), solicitando a proibição dos ‘fogos barulhentos’, o pedido do pequeno Thailer, um menino autista de apenas 7 anos, não só foi acatado pelo Chefe do Executivo, como virou lei. A criança fez a solicitação alegando que eles produzem muito barulho e fazem mal as pessoas que são autistas e, também aos animais.
A Lei Thailer, de número 3.068/2019, foi aprovada pela Câmara de Vereadores no último dia 22 março de 2019. O documento foi apresentado ao menino durante solenidade que contou com a presença da família dele, do prefeito de Vassouras e dos vereadores.
Falando sobre a lei o prefeito o Severino Dias (PPS) disse que a solicitação do pequeno Thailer foi de grande importância. “Ele deu um grande empurrão para que a gente conseguisse sancionar e praticar essa ação em nossa cidade. Às vezes as pessoas não têm muita noção do dano que isso causa a uma criança com autismo. As pessoas têm que se conscientizar disso”, comentou o prefeito.
1 Comentário
Parabéns pelo artigo, tem uma frase muito interessante do Samba do autista da escola União da ilha: ” Quando perdemos o direito de ser diferentes perdemos o privilegio de sermos Livres.” Claudia que esta lida da conscientização do autismo desde 1999, onde nos conhecemos na página Autismo Brasil, conseguiu 38.000 assinaturas para uma petição pedindo que o samba enredo do autista fosse tema do desfile desse ano, não conseguimos, mas continuamos na luta. procurem no youtube Samba do autista, é lindo.