ANGRA DOS REIS
Será registrado hoje na 166ª Delegacia de Polícia (DP) de Angra dos Reis, um suposto caso de racismo e preconceito sofrido por uma família da do Rio de Janeiro em uma pousada na Ilha da Gipóia, na Baia da Ilha Grande. A família conta que além de maus tratos e constrangimento, foram vítimas de furto. A pousada se defende dos comentários, e acabou noticiando o fato na delegacia, sendo registrado como calúnia.
O caso veio a tona após a publicação de uma das vítimas no Facebook, Priscila Oliveira. Ela relata que: “Nunca fomos tratados dessa maneira e quero alertá-los. Minha família e meu pai, professor universitário e doutor pela PUC (batalhou muito para ter bolsa de estudos porque sempre foi de família humilde), fomos alvo de racismo e preconceito por sermos do Rio de Janeiro e negros”, disse a jovem.
Ela comenta ainda que após juntarem dinheiro durante o ano todo, ficaram hospedados em uma pousada em Angra, mas infelizmente, a estadia não foi aquela que esperavam. “No local já sentíamos que não estávamos sendo bem tratados e que nos olhavam de forma estranha por estarmos em um ambiente dominado pela classe média alta. Nos negaram água filtrada para beber!”, afirmou a jovem, completando: “Então, eis que a pousada responde o meu comentário de forma agressiva e preconceituosa e racista! Nos chamaram de favelados, negros, pobres e petistas. Disseram que era um local só para ricos. Além de nos difamarem e nos ameaçaram a não entrar mais na ilha e nem em outra pousada de lá”, expos Priscila.
A jovem comenta que resolveu publicar a situação, diante da sua indignação. “Queria compartilhar essa situação com vocês, pois trabalhador rala o ano inteiro para juntar uma graninha e tirar umas férias e é assim que somos tratados: com racismo, ameaças, raiva e preconceito”, finalizou a jovem.
Após a postagem da vítima, uma pessoa da pousada acabou comentando a mesma. “Aqui somos bem sucedidos e isso realmente incomoda. Entre com processos e liminares e afins, todos os esquerdistas tem essa premissa. Vou te processar. Faça qualquer coisa, só não se esqueça que o Brasil de 1 de janeiro não é o mesmo do governo passado. Aqui não tem Bolsa Família, aqui é Angra dos Reis, e advogados todos temos, o difícil é ter educação”.
O relato da jovem foi publicado no jornal O Dia, hoje, que em contato com a pousada, obteve a resposta de que ‘a pessoa em que a vítima se refere, estava de cabeça quente no dia em que respondeu o comentário de Priscila nas redes sociais. Mas que já realizou um registro na 166ª DP sobre o comentário da jovem, como calúnia e que irá publicar uma nota oficial logo mais”.
“Eu sou negro, e também abomino o racismo e já constitui advogados para me defender. Tivemos que tirar os sites da pousada do ar, porque comecei a receber até ameaça de morte de internautas. Meu prejuízo já é gigantesco, com cancelamentos de reservas e até eventos, entre eles dois casamentos”, disse o representante da pousada ao jornal carioca, afirmando que em 19 anos de atividades nunca passou por isso, e que pagou os R$ 40 que Priscila cita que foram furtados de sua bolsa.
A Polícia Civil não se manifestou sobre o assunto.
1 Comentário
Tá na cara q não é calúnia da moça. Pq até em rede social q td mundo fica sabendo o cara falou da mesma forma.