RIO
Indio da Costa, candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PSD, afirmou hoje que vai licitar a administração da Ceasa para conceder à iniciativa privada. O anúncio foi após ouvir as queixas dos produtores rurais e caminhar entre os pavilhões da central de abastecimento do estado, em Irajá, entreposto comercial público na zona norte do Rio que recebe toda a produção agrícola do estado.
Indio também se reuniu com o presidente da Associação Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa, Grande Rio e São Gonçalo (Acegri), Waldir de Lemos, que administrou o entreposto desde a gestão do então governador Marcelo Alencar até março deste ano. A atividade também contou com a presença do ex-secretário de abastecimento do estado, Felipe Peixoto.
A Ceasa hoje tem 190 funcionários, 220 cargos comissionados e está sendo administrada pelo estado. De acordo o presidente da Acegri, a central de abastecimento é atualmente governada por políticos, “ninguém se preocupa com a melhora da Ceasa”, declarou.
Ao ouvir os relatos, Indio comprometeu-se a mudar o atual modelo de gestão do setor. “A minha proposta para a Ceasa é fazer uma concessão através de licitação para que técnicos administrem a central. Hoje, ela está entregue a grupos políticos, cuja prioridade tem sido a campanha eleitoral e não cuidar da Ceasa”, disse Indio.
Para Waldir de Lemos, as Ceasas vão acabar se não passarem para a administração de comerciantes que entendem do problema nesse ramo. Lemos relatou uma série de problemas enfrentados pelos comerciantes, como os de conservação dos prédios e de segurança interna. Outro ponto são os roubos de cargas constantes na Avenida Brasil. “Um mesmo comerciante teve 20 cargas roubadas em dois anos. Os assaltos são sempre entre o Trevo das Margaridas, em Irajá, e Deodoro”, declarou Lemos, que vai preparar documento, registrado em cartório, com as reivindicações dos produtores e comerciantes, e entregar aos candidatos ao governo.
Indio, que tem na segurança pública o foco principal do seu programa de governo, disse que só com investigação vai evitar os roubos de carga no estado. Ele declarou que a agricultura, a pecuária e a pesca têm sobrevivido sem apoio do governo do estado. “A Ceasa é o caminho para incentivar as atividades rurais. As seis unidades da Ceasa hoje reúnem mais de 800 empresas e têm dois mil produtores cadastrados. O banco de alimentos que funciona hoje na Ceasa para dar segurança alimentar aos mais pobres poderá atender um número maior de instituição”, concluiu.