RESENDE/ANGRA DOS REIS
A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) iniciou no dia 26 de março a fabricação da 24ª recarga de Angra 1. A meta é o de produzir todos os elementos combustíveis (ECs) num prazo inferior a 110 dias. O primeiro transporte saindo da Fábrica de Combustível Nuclear (FCN), situado no distrito de Engenheiro Passos, em Resende, para a Eletronuclear, em Angra dos Reis, está previsto para junho.
A recarga anterior, a 23ª, foi produzida em 140 dias, o menor prazo desde a mudança do combustível para o 16NGF (New Generation Fuel). O projeto, que tem o objetivo de melhorar a eficiência do elemento combustível, foi implantado na 21ª recarga de Angra 1. A última recarga para Angra 2 foi entregue no final do ano passado, produzida em 126 dias, menor tempo da história da INB, considerando plantas e projetos diferentes.
Antes da produção prevista no cronograma, a fábrica teve um período de testes iniciado no dia 11 de março com um cilindro de UF6 (urânio enriquecido) já em estoque na FCN. No momento, a produção de pastilhas de UO2 (dióxido de urânio) já começou e a de pó de UO2 chega a 20% (três toneladas). Os bocais e a primeira solda das varetas para a composição do elemento combustível também estão adiantadas.
De acordo com o gerente de Produção da INB, Marcos Mattos, algumas inovações que serão feitas durante a 24ª recarga de Angra 1 exigem atenção da equipe. “Será a primeira vez que colocaremos as varetas de gadolínio, que têm por objetivo controlar a reação de fissão dentro do reator nuclear, fabricadas no Brasil para o elemento combustível de Angra 1. É um passo importante rumo à nacionalização do elemento”, disse Mattos. A soldagem do tubo de revestimento também muda de TIG (Tungsten Inert Gas) para RPW (Resistence Press Weld), outra evolução tecnológica.
MANUTENÇÃO
A produção para testes foi iniciada após a Grande Revisão (GR), que é um período de manutenção da fábrica, realizada entre as recargas. Conforme o gerente de produção, verificar as condições da planta é necessário devido ao tempo que a mesma já foi inaugurada. “A Fábrica de Reconversão e Pastilhas começou a funcionar em 2000 e por isso os ajustes são importantes. Durante a revisão foram executadas cerca de 900 tarefas, que precisam ser testadas”, disse o gerente, reforçando que o envolvimento dos empregados e a união de diversos setores da INB são fundamentais para que a meta seja conquistada.