RESENDE
Foi inaugurada nesta sexta-feira na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB), a décima cascata de ultracentrífugas – conjunto de equipamentos que realiza a concentração do urânio em seu isótopo físsil, capaz de gerar energia. A empresa finalizou essa primeira fase da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio e reduz com isso o seu grau de dependência na contratação do serviço no exterior para a produção de combustível das usinas nucleares nacionais. A entrada em operação da décima cascata possibilitará o alcance da capacidade de produção para atendimento de 70% da demanda das recargas anuais da usina nuclear Angra 1, correspondendo a um acréscimo de, aproximadamente, 5% em relação à capacidade atual.
Durante o evento, o presidente da INB, Carlos Freire Moreira, ressaltou que esse passo da empresa deve ser motivo de orgulho para todos os brasileiros, visto que o enriquecimento isotópico de urânio é uma tecnologia de ponta e 100% nacional, desenvolvida pela Marinha do Brasil em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). “O domínio dessa tecnologia é uma etapa fundamental para a fabricação dos elementos combustíveis, que abastecem atualmente os reatores das usinas Angra 1 e 2, e, dentro em breve, para a futura usina de Angra 3”, disse o presidente, que agradeceu ainda ao atual ministro Adolfo Sachsida, o ex-ministro Bento Albuquerque, além do CTMSP, IPEN e colaboradores da fábrica.
A importância da décima cascata foi citada pelo presidente da Eletronuclear, Eduardo Souza Grivot Grand Court. Ele lembrou que a INB é o único fornecedor do combustível e quanto melhor o trabalho é desenvolvido pela empresa, mais segurança significa para as usinas de Angra 1 e 2. O vice-almirante Guilherme Dionízio, do CTMSP, ressaltou que no momento a energia nuclear surge como alternativa confiável para garantir uma demanda em expansão no mundo. “Neste sentido, o Brasil encontra-se em posição de destaque, já que possui uma das maiores reservas de urânio do planeta, além de ser um dos poucos países que domina a tecnologia completa do ciclo do combustível nuclear”, disse.
De acordo com a World Nuclear Association, o Brasil faz parte de um seleto grupo de 13 países reconhecidos internacionalmente pelo setor nuclear como detentores de instalações para enriquecimento de urânio com diferentes capacidades industriais de produção.
AUTORIDADES
Diversas autoridades participaram do evento desta sexta-feira na INB, como representantes de diversas instituições como Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo (CTMSP), Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S/A (Amazul), Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBpar), além do deputado federal Júlio Lopes e prefeito de Resende, Diogo Balieiro.