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Hospital Unimed Volta Redonda realiza primeiro transplante de medula óssea infantil com doador sem parentesco

Por Carol Macedo
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 VOLTA REDONDA

Um pequeno guerreiro! Essas são palavras que melhor descrevem o jovem Vicente Carneiro Teixeira de apenas 8 anos. Após 40 dias de internação, ele finalmente está em casa. Vicente foi a primeira criança a realizar no Hospital Unimed Volta Redonda um transplante de medula óssea infantil alogênico, não aparentado, ou seja, o doador foi encontrado no exterior pelo Redome – Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, e não possuía nenhum grau de parentesco com o pequeno paciente.

“Encontraram duas pessoas no mundo compatíveis 90% com ele. A doadora estava disposta a fazer o transplante mesmo na pandemia. Nós estamos levando essa mensagem, sobre a importância das pessoas se cadastrarem no Redome e ficarem disponíveis para um dia, quem sabe, alguém precisar. Além da importância de sermos doadores de sangue. Durante a internação, Vicente recebeu transfusões de hemácias e plaquetas”,contou Dora Antunes Carneiro, mãe de Vicente.

Vicente é portador de Linfohistiocitose Hemofagocítica Isolada do Sistema Nervoso Central Familial Tipo 2 – doença hematológica genética, rara, que se manifesta principalmente na infância. Como a enfermidade é uma mutação genética, a indicação para o transplante era buscar um doador não aparentado. “Esse foi o nosso primeiro transplante infantil não aparentado. Foi um sucesso e estamos muito felizes. Isso só reforça o nosso compromisso em cuidar da saúde e bem-estar das pessoas.  Estamos preparados para atender casos de alta complexidade e vamos continuar investindo cada vez mais em estrutura, segurança e na profissionalização de nossos médicos cooperados e colaboradores”, declarou o presidente da Unimed Volta Redonda, Dr. Luiz Paulo Tostes Coimbra.

Vicente e os pais – Foto: Divulgação

Em 2018 Vicente começou a apresentar os primeiros sintomas: a doença foi manifestada por lesões cerebrais que provocaram perda equilíbrio motor, fala arrastada e olhar vago. Foram quatro internações na UTI pediátrica naquele ano. Profissionais do Brasil e do exterior avaliaram os exames do pequeno paciente. O diagnóstico chegou quase 1 ano depois, após a realização de um teste genético que Vicente e seus pais, Dora e Marco Túlio, também foram submetidos.


Em 2020 começaram as sessões de quimioterapia no Hospital Unimed Volta Redonda. Era necessário destruir a medula enferma e iniciar o transplante. O caso de Linfohistiocitose Hemofagocítica Familial é raro. Depois de dois anos de tratamento e 40 dias de internação para realizar o transplante de medula, a família espera levar a mensagem de cura a outras pessoas. “Vimos que estávamos em boas mãos, em mãos seguras, que não precisávamos ir para o Rio de Janeiro. Imagina estar isolada no Rio, na pandemia, longe do marido, dos filhos, dos amigos. Vicente já passou por muita coisa. Foi muito sofrimento, graças a Deus pudemos fazer o tratamento em Volta Redonda. O caso do Vicente abriu portas para outras crianças. A gente quer ser testemunho e esperança para outras pessoas. Ainda temos uma trajetória pela frente de pós-transplante”, disse Dora.

A regionalização dos atendimentos, para que as pessoas não tenham que se deslocar para os grandes centros é, há 10 anos, um dos grandes objetivos do Hospital Unimed Volta Redonda.  Lembrando que para se tornar um doador basta procurar o hemocentro do estado e agendar uma consulta. Mais informações pelo site: http://redome.inca.gov.br.

Vida nova

Em novembro, durante a internação e antes do transplante, o Vicente – que é fã̃ do cantor sertanejo Zé Felipe e da namorada dele, a influenciadora digital Virginia Fonseca – gravou um vídeo para uma rede social onde dançava ao lado dos profissionais de saúde a música do ídolo Só Tem Eu. O vídeo alcançou dezenas de compartilhamentos, chamou a atenção da dupla e o pequeno recebeu até uma mensagem de resposta. No dia da alta e com a notícia da pega da medula, mais uma surpresa preparada para Vicente por parte da equipe do Hospital Unimed Volta Redonda, dessa vez, uma comemoração.

“Foi tão bonito o dia da alta, fizeram uma festinha para o Vicente. Colocaram a música do cantor Zé Felipe. Isso tudo fez a diferença, ele ficou leve e se sentiu importante. Vicente queria ficar famoso para ser exemplo de superação e luta. Cresceu na fé, na confiança e na maturidade. Queria mostrar para as outras crianças que é importante ter esperança, ter fé e lutar. Queria que as outras crianças tivessem a mesma força que ele teve para também saírem vitoriosas”, relembrou a mãe do paciente.

 

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