VOLTA REDONDA
Mais uma vez a generosidade de uma família, logo após a perda de um ente querido, fará a total diferença na vida de pessoas que aguardam pelo transplante. Nesta quinta-feira, 9, mais uma família autorizou a doação de órgãos e tecidos em Volta Redonda. A doadora foi uma mulher de 43 anos que teve sua morte encefálica confirmada, após dias internada no Hospital São João Batista, onde foi realizada a cirurgia de retirada dos órgãos e tecidos. Em 2024, houve seis doações de órgãos no HSJB, sendo quatro fígados, dez rins e doze córneas.
O incentivo à doação de órgãos e tecidos na unidade é de responsabilidade da CIHDOTT (Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes), que atua com uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeira, psicólogos e assistentes sociais.
Após o trabalho da equipe multidisciplinar do hospital, os familiares tiveram esse ato de generosidade e amor ao próximo, mesmo neste momento tão doloroso de perda. Segundo a enfermeira da CIHDOTT, Rebecca Silva Anjo Moreira, dessa vez foram captados dois rins, por cirurgiões do programa RJ Transplantes, e as córneas pela equipe do Banco do Olhos de Volta Redonda, sediado no próprio Hospital São João Batista.
Os órgãos vão atender os pacientes que estão na fila única de espera em todo o estado do Rio de Janeiro. Dois pacientes receberão os rins, outros dois as córneas e mais dois pacientes as escleras.
A enfermeira Daniela da Silva, coordenadora do Banco de Tecido Ocular, explica que um único doador pode ajudar até oito pessoas na fila de espera por um transplante. “A morte é difícil para todos, mas ela também pode ser a chance de uma nova vida para as pessoas que estão aguardando por um órgão para continuarem a viver”, destacou.
O Banco de Tecido Ocular do HSJB atende 34 municípios da região. E, neste caso, cada doador pode beneficiar até quatro pessoas. Em 2024, a unidade captou 226 globos oculares e 113 córneas foram liberadas para transplante.
Como acontece o trabalho da CIHDOTT
Para a realização do trabalho que viabiliza a captação de órgãos e tecidos, é preciso seguir um protocolo que consiste em três etapas: a primeira é identificar o paciente com uma possível morte encefálica; a segunda é a realização de exames clínico e complementar para a confirmação da morte encefálica; por último, a equipe da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes realiza a entrevista, conscientizando as famílias em relação à doação de órgãos e tecidos.
Os pacientes com critérios clínicos sugestivos para morte encefálica têm o seu protocolo aberto e, quando finalizado, tem seu diagnóstico confirmado.
Como ser um doador
É importante informar à família o desejo de ser doador de órgãos e como essa atitude salva vidas. Nenhum documento deixado em vida possui valor legal para garantir a doação de órgãos de uma pessoa ao falecer. Por isso, a importância de expressar o desejo em ser um doador de órgãos e tecidos, que somente os familiares podem autorizar.