PORTO REAL
Na manhã desta terça-feira, dia 27, o Grupo PSA (Groupe PSA) abriu suas portas para comemorar a marca de dois milhões de motores produzidos na Usina Mecânica de Porto Real (UMPR). Além disso, anunciou uma novidade: o início da produção na usina de um novo veículo, a partir do segundo semestre deste ano, o C4 Cactus. Estiveram presentes durante o anúncio aos jornalistas, o diretor do Polo Industrial Brasil, Eduardo Chaves e o vice-presidente de Comunicação, Relações Externas e Digital do Groupe PSA para América Latina, Fabricio Biondo.
O grupo tem agora cinco marcas: Peugeot, Citroën, DS, Opel e Vauxhall. Na fábrica de Porto Real são produzidos os carros Peugeot 208 e 2008 e os Citroën C3 e Aircross. Com o anúncio, a Citroën produzirá mais um novo carro, o C4 Cactus. A UMPR tem cerca de dois mil colaboradores e a produção começa no segundo semestre, sem mês ao certo informado. Questionado pelo A VOZ DA CIDADE a respeito de geração de novos empregos por conta do novo veículo, Eduardo Chaves disse que inicialmente isso não acontecerá. A informação foi completada por Fabricio Biondo frisando que depende de como os resultados vão aparecer, aí em 2019 terão novidades.
DOIS MILHÕES DE MOTORES
A Usina Mecânica de Porto Real foi inaugurada em 2012. Com 16 anos chegou a marca de dois milhões de motores produzidos. “Isso mostra a nossa força dentro da empresa. Produzimos 425 motores por dia para veículos do Brasil e da Argentina”, disse Eduardo Chaves. Além dos carros produzidos em Porto Real, os motores compõem os modelos Berlingo, Partner, 308, C4 Lounge e 408 produzidos na Argentina.
Foi anunciado ainda que a empresa deve concluir seu plano de investimentos de cerca de R$ 43 milhões adicionais em sua nova linha de produção de virabrequins (peça que compõe o motor), que entrará em funcionamento em julho de 2018. Os investimentos no período, somados, totalizam, assim, cerca de R$ 56 milhões. A unidade de Porto Real importava os virabrequins e passará, com o investimento, a exportar para o Groupe PSA no Marrocos.
NÚMEROS MUNDIAIS
Segundo o vice-presidente de Comunicação, Relações Externas e Digital do Groupe PSA na América Latina, em 2017 o grupo teve os seguintes resultados mundiais: houve um crescimento de faturamento de mais de 20%, as vendas cresceram 3,63%, crescimento de vendas de mais de 15% e um crescimento na América Latina em 12%. “Para 2018, a perspectiva aponta que na Europa ficará estável, na China um crescimento de 2%, América Latina 4% e Rússia 10%”, informou.
A participação de mercado no ano passado, em mais um ano deixou o Brasil com números não satisfatórios. Na América Latina cresceu de 3,6% para 3,8%, no Brasil 2,3%, Chile 6,9%, Argentina 12,2% e México 0,6%. “Queremos frisar que não vamos entrar em guerra de preço para comprar mercado. Hoje perdemos dinheiro no Brasil e não vamos entrar nessa guerra porque queremos proteger nossos clientes e os nossos colaboradores. A participação no mercado não paga salário”, disse Fabricio Biondo, frisando que o prejuízo no Brasil não é uma particularidade do Grupo PSA. “Todo mundo está tentando buscar o caminho da lucratividade”, completou. Já Eduardo Chaves contou que Porto Real exporta mais de 50% do que é produzido. “Estimo que dentro de dois a três anos comece uma melhoria nesse cenário. Ainda vivemos uma crise no Brasil”, destacou o diretor do Polo Industrial Brasil.
Everton Guimarães Barreto, 41 anos, é colaborador do grupo desde 2007. Ele é supervisor da fábrica de motores e afirmou que a marca de dois milhões produzidos foi dentro do esperado. “O motor é o coração do carro. Ele que é o responsável pelo movimento. Nossa linha é considerada em termos de qualidade e custo uma das melhores do Grupo PSA no mundo. Estamos na que mais se aproxima do que chamamos de Fábrica Excelente”, contou. Essa denominação é o padrão de melhor desempenho estabelecido para todas as plantas do grupo no mundo. “Contamos com modernos processos que nos possibilitam adaptar nosso volume de produção sem a necessidade de ampliação de nossa superfície física. Com isso, conseguimos manter a qualidade dos nossos produtos e a satisfação dos nossos clientes finais”, finalizou Eduardo Chaves.