BARRA MANSA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgou recentemente a prévia da inflação oficial, de acordo com os dados, os números ficaram em 0,83% em junho, acelerando em relação ao mês anterior ao registrar 0,39 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de maio (0,44%). Mais de um terço da taxa registrada em junho é derivada das altas na gasolina e na energia elétrica, que contribuíram cada uma com 0,17 ponto percentual, os maiores impactos individuais.
Custando em média R$ 6,40, a gasolina é um dos itens que puxa a fila. “Infelizmente é um bem essencial e carregado de tributos, o preço é elevado, os clientes reclamam, mas precisam abastecer”, destaca o frentista que não quis se identificar.
O motoboy Anderson Martins faz coro a reclamação dos altos preços. “Infelizmente no Brasil o que vemos é isso: o trabalhador passando sufoco para sobreviver. Hoje,não se faz poupança, é só contas e boletos, um lazer raramente. Se não pagar caro pela gasolina, não tem trabalho, não tem sobrevivência”, cita.
A secretária Luciana Rodrigues, encontra meios de economizar na energia elétrica. Outra vilã do IPCA. “Estou em home Office desde o início da pandemia, então como o notebook precisa estar ligado o dia todo, priorizo trabalhar em um ambiente claro, tirando todos os eletroeletrônicos da tomada, e só acender uma lâmpada ou ligar a TV se for essencial. Infelizmente é assim que tem que ser, precisamos consumir apenas o essencial”, analisa.
MAIS DADOS
No trimestre encerrado em junho (IPCA-E), o acumulado é de 1,88%, enquanto, em igual período de 2020, a variação havia sido de -0,58%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,13% e, em 12 meses, de 8,13%, acima dos 7,27% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2020, a taxa foi de 0,02%. Os dados foram divulgados pelo IBGE.
Mas o maior impacto (0,28 p.p.) no mês de junho veio dos transportes (1,35%), que haviam sido o único grupo a apresentar queda em maio (-0,23%). O resultado do grupo dos transportes (1,35%) foi influenciado pela alta nos preços dos combustíveis (3,69%). Embora a gasolina (2,86%) tenha tido uma das menores altas do grupo dos transportes – comparada ao gás veicular (12,41%), ao etanol (9,12%) e ao óleo diesel (3,53%) – tem o maior peso e já acumula variação de 45,86% nos últimos 12 meses.
Em termos de grupos analisados, a maior variação foi em habitação (1,67%), que acelerou em relação ao mês anterior (0,79%) e contribuiu com 0,26 p.p. no resultado do mês. O aumento foi puxado pela energia elétrica devido à mudança na bandeira tarifária de vermelha patamar 1 (R$ 4,169) para vermelha patamar 2 (R$ 6,243). A mudança de bandeira deve-se à crise hídrica que tem exigido o acionamento das termoelétricas, de energia mais cara. Os valores extras das bandeiras tarifárias são cobrados a cada 100 kWh consumidos.