Os outros prefeitos do DEM, Diogo Balieiro e Rodrigo Drable citam independência política para poderem continuar; outros dois prefeitos eleitos – Vicente Guedes e Severino Dias já saíram do partido em maio. PSL não fez prefeito na região
SUL FLUMINENSE
União Brasil. Esse é o nome de um partido político que está em processo de formação. Será resultante da fusão entre Partido Social Liberal (PSL) e Democratas (DEM). A aprovação por ambas as agremiações aconteceu no dia 6 deste mês. As legendas já deram entrada com suas atas no cartório de registro civil. A previsão é que nesta sexta-feira saia o CNPJ conjunto para que deem entrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no pedido de registro do novo partido. O órgão tem até 90 dias para se pronunciar.
Muito tem se especulado a respeito do União Brasil e como ele se posicionará, principalmente, nas eleições do próximo ano, mas algumas baixas podem ser sentidas antes até mesmo de qualquer definição por conta de divergências de opiniões. O DEM foi o segundo partido que mais elegeu prefeitos no Sul Fluminense. Foram cinco. O primeiro foi o PSC com sete. O PSL não elegeu nenhum prefeito no Médio Paraíba.
Dos eleitos pelo DEM, três continuam no partido. Dois deixaram a legenda em maio deste ano. Vicente Guedes, de Rio das Flôres, e Severino Dias, de Vassouras. Vicente retornou ao Cidadania e Severino foi para o Partido Liberal (PL).
Antonio Francisco Neto, de Volta Redonda, continua no DEM, mas por pouco tempo. E um dos motivos de sua iminente saída é justamente a forma como essa fusão foi construída, sem ouvir os prefeitos, por exemplo. Em entrevista ao A VOZ DA CIDADE destacou que já havia recebido um convite de Rodrigo Maia, deputado federal, para juntos se filiarem a um partido, que deve ser o PSD. Ou seja, Neto já não deveria mesmo permanecer no DEM. O prefeito ainda garantiu que independente do partido que for, não abre mão de apoiar o governador Cláudio Castro (PL), que tentará reeleição.
O prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable foi outro eleito pelo DEM. Ao jornal diz que o partido ainda não existe, mas que poderia sim continuar na nova legenda. “Gosto muito do atual presidente do DEM e tenho amizade nos quadros que compõem o PSL. A fusão, no meu caso, não gera qualquer desconforto”, destacou. Embora ainda muito cedo, nessa semana foi veiculada uma notícia de que o União Brasil lançaria candidatos ao Governo do Estado do Rio e a presidência da República, podendo interferir nos apoios de prefeitos que já tinham se manifestado a favor da tentativa de reeleição de Cláudio Castro.
A respeito disso, o prefeito de Barra Mansa citou que o partido ainda não existe e candidaturas majoritárias estadual ou federal não deviam ser discutidas ainda. “Como poderia definir posição um partido que ainda não existe, que ainda não definiu seus quadros em função de quem sai e quem entra. Se vier decisão de cima pra baixo, sem ouvir os membros, fico à vontade para me retirar”, completou.
Outro prefeito eleito pelo DEM é o de Resende, Diogo Balieiro Diniz. Procurado, disse que ainda analisa o quadro, mas afirma que perceber a autonomia que a região terá será fundamental para decidir se fica ou se sai do União Brasil. “Mas um dos principais pontos que levarei em conta será ter autonomia para resolver questões partidárias localmente. Não podemos esperar a capital resolver o que tem que ser resolvido aqui no interior. Por isso, ter independência política local será imprescindível nessa decisão”, acredita Diogo.
Antonio Furtado será o deputado que representará o União Brasil no Médio Paraíba
O delegado Antonio Furtado, como é conhecido, foi eleito pelo PSL em 2018. Foi o único da região eleito pela sigla. Pelo DEM não teve eleito representante do Médio Paraíba. Portanto, com a fusão Furtado será o único deputado do União Brasil na região. Ao A VOZ DA CIDADE informou como está o trâmite da criação da nova legenda. Contou que após a liberação do CNPJ nesta sexta-feira, na próxima semana o pedido para registro será ingressado no TSE. Até 90 precisa se pronunciar. “Acreditamos que nesse período oficialmente o partido irá existir”, diz.
A respeito da possibilidade de lançar candidatura própria ao Governo do Estado e a presidência da República, o deputado destacou que esse é um assunto que vai ser discutido com os integrantes do partido, após a formalização, tanto para a possibilidade de lançar um nome ou de apoios. Aponta que o objetivo é trabalhar para o melhor para o Brasil.
E por que DEM e PSL se uniram? Furtado explica que há simetrias de ideias do que as legendas querem para o Brasil. “A partir do momento dessa convergência de pautas nacionais, entende-se que com essa união ocorrerá um fortalecimento político, será o maior partido do Brasil. E a intenção é participar de forma muito ativa e segura das decisões que permeiam a Câmara Federal e o Senado. A nível municipal e estadual todos vão ganhar. Pensamos em um partido forte para fazer com que as pessoas saibam que o União Brasil vem para fazer com que a nação brasileira seja melhor”, destaca, informando que o que está definido é que o presidente nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bitar, será o presidente do União Brasil.
DEM ESTADUAL
Da parte do DEM estadual, o deputado federal Sóstenes Cavalcante, presidente da sigla, foi procurado, mas não retornou à equipe de reportagem até o fechamento desta edição.