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Frente Pró-Ferrovias: Revitalização da linha Barra Mansa a Angra é uma das prioridades dos parlamentares

Por Carol Macedo
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ESTADO

A Frente Parlamentar Pró-Ferrovias Fluminense, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), promoveu hoje, 28, sua primeira reunião desde que foi instalada na última semana. A frente trabalha para garantir dois grandes investimentos no Estado: revitalização do trecho que liga Barra Mansa a Angra dos Reis e uma nova estrada de ferro para ligar o Rio de Janeiro a Vitória, no Espírito Santo.

“Ambas obras foram incluías no PAC do governo federal e nosso objetivo é conscientizar o Governo do Estado para que isso aconteça e que sejam feitas negociações com a concessionária atual”, disse o deputado Tande Vieira, membro da Frente, completando que pediu para participar para lutar pela reimplantação da religação entre o Porto Seco de Varginha, no Sul de Minas, passando por Lavras, Barra Mansa, até o Porto de Angra.  “Eu acredito que o Porto de Angra, com esse Shortline Sul Fluminense (Barra Mansa x Angra do Reis) vai ser estratégico para o desenvolvimento da nossa região do Médio Paraíba”, apontou.

Para Tande Vieira, esse tipo de trabalho vai permitir que sejam analisadas os possíveis investimentos nas ferrovias, as questões logísticas dos transportes de cargas, assim como possibilidades das ferrovias integrarem o Estado do Rio de Janeiro, incluindo o Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico e Social (PEDES), plano  do Governo do Estado para identificar os potenciais econômicos e sociais, observando as demandas da população e as particularidades de cada região.

DADO PREOCUPANTE

Durante reunião foi informado pelo engenheiro e consultor ferroviário da Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio), Delmo Pinho, que 95% das linhas férreas administradas pela Ferrovia Centro Atlântica (FCA) no Estado estão inativas. Essa foi uma das principais preocupações apresentadas pelos deputados integrantes da frente. A FCA administra cerca de 7.094 km de ferrovia no Rio de Janeiro.


Em 25 anos de concessão, que termina em 2026, Delmo apontou que o Estado foi o mais prejudicado, pelo abandono da malha ferroviária. Em 2019, por exemplo, ele informou que 18% das linhas férreas da FCA foram devolvidas. Pinho disse que o Estado deveria ter sido contemplado com R$ 234 milhões, mas a verba foi toda capitalizada no metrô de BH. Para Delmo, a FCA precisa pagar pelo menos indenização ao Estado, que deveria aplicar em projetos ferroviários no interior.

Para o deputado Luiz Paulo (PSD), coordenador da Frente da Alerj, os números apresentados pela Fecomércio apontam para a urgência em tratar desse tema. O parlamentar lembrou que o Governo do Estado está em fase de elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento Social (Pedes) – que vai sustentar as Leis Orçamentárias do Estado – e precisa prever recursos que contemplem a logística de carga e passageiros.

“Se formalmente não entrarem no orçamento do estado essas políticas não vão sair do papel. Estamos aproveitando o desenvolvimento do Pedes para propor sugestões, após extrair todo o saber sobre o tema, para se ter uma proposta de estado e não de governo. Sabemos que as ferrovias não acontecem da noite para o dia e que é caro. Quando aprovamos a Frente a ótica central sempre foi a logística de cargas porque o estado vem perdendo ano a ano ferrovias e vamos seguir com essa linha para as próximas reuniões”, explicou Luiz Paulo.

Atualmente a movimentação de carga para o Rio de Janeiro é por via rodoviária, porém, a Rodovia Presidente Dutra está saturada e a ferrovia precisa ser o modo de transporte estruturador de carga até os polos distribuidores. Segundo o vice-presidente técnico da Associação de Engenheiros Ferroviários (Aenfer), Hélio Suevo, a pressão de parlamentares para que sejam traçadas estratégias é fundamental.

Ele lembrou que já existe um Plano Estratégico Ferroviário (PEF-RJ), elaborado em 2018 pelo Governo do Estado em parceria com a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), que contempla 27 projetos potenciais para carga, sete projetos para melhorar a mobilidade, e 22 projetos de instalação de trens turísticos.

Representante do Governo do Estado, o assessor da subsecretaria de Planejamento e Gestão, Leandro Damaceno, disse que o governo já está analisando e considerando medidas para melhorar a rede ferroviária do Rio.

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