ESTADO
Um estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, (Firjan), aponta que o Produto Interno Bruto (PIB) do estado do Rio de Janeiro irá sofrer uma queda de 4,6% este ano, a maior da série histórica da Firjan, iniciada em 2002. Para a indústria, a retração poderá ser maior: 5,3% em comparação com 2019. A queda se deve aos impactos da Covid-19. O estudo pode ser acessado através deste link: https://bit.ly/2V2jNm9
O presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, explica que o documento ressalta ainda a necessidade de suporte do governo federal para auxiliar os estados a atravessarem os efeitos econômicos da crise. “Os números mostram que não é mais uma questão de saber se os estados vão ficar ingovernáveis, mas quando. É preciso atacar este problema imediatamente, para que não tenhamos a economia brasileira se transformando em uma areia movediça, de onde todos tentam sair, mas, na prática, ninguém consegue”, alerta.
Segundo projeção da federação, a queda será mais intensa no segundo trimestre de 2020. “A recuperação acontecerá de maneira muito lenta e em formato de U. Voltar à normalidade não será apenas uma questão das empresas religarem suas máquinas; o que temos observado é que muitas não estão conseguindo sobreviver à crise”, destaca Jonathas Goulart, gerente de Estudos Econômicos da Firjan.
Déficit orçamentário
O cenário de retração é agravado ainda pela nova crise do petróleo, especialmente para o Rio. Os efeitos deste duplo choque terão consequências orçamentárias imediatas. O documento estima queda de 21% na arrecadação de ICMS – R$ 11 bilhões a menos em relação ao previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA). Já as receitas de royalties podem chegar a uma perda de R$ 3,2 bilhões.
Goulart acrescenta ainda que a PEC do pacto federativo, PEC emergencial e a reforma tributária terão papel fundamental na recuperação pós-pandemia. “O déficit no orçamento do estado pode chegar a R$ 27,4 bilhões, mais de 1/3 da receita total estimada para 2020. O Rio, assim como os demais estados, terá dificuldade de se recuperar sem aportes financeiros do governo federal, correndo o risco de ter uma crise ainda mais severa do que a de 2018”, reforça Goulart.