COLÔMBIA
A paz não será totalmente alcançada na Colômbia se a violência matar líderes sociais e ex-combatentes comprometidos com a reintegração. As declarações foram feitas no Conselho de Segurança pelo representante especial do secretário-geral no país, Carlos Ruiz Massieu.
Esta segunda-feira, o órgão debateu a situação do país em sessão onde estiveram à ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Claudia Blum, e o conselheiro presidencial de Estabilização e Consolidação, Emilio Archila.
Atentado
Na sua intervenção, o enviado das Nações Unidas lembrou o anúncio feito no domingo pelas autoridades da Colômbia sobre um atentado contra o presidente do partido da ex-guerrilha Farc, Rodrigo Londono.
Massieu disse que esse episódio “destaca os riscos enfrentados pelos ex-membros das Farc, pelo próprio processo de paz, e ainda a importância de garantir a segurança deles”.
De acordo com agências de notícias, um informante revelou às autoridades policiais que havia um ataque iminente contra o líder das Farc, que também é conhecido pelo nome de guerra Timochenko. A polícia reforçou a segurança de Rodrigo Londono e localizou os suspeitos no sábado.
O ato ocorreu na região de Valle de Cauca, que segundo a ONU continua sendo um dos epicentros da violência como as áreas de Chocó e Nariño.
Economias
O relatório do secretário-geral aponta que essas áreas rurais têm uma presença limitada do Estado e uma pobreza persistente. A ação de grupos armados ilegais e de estruturas criminosas também continuam, especialmente em comunidades étnicas para controlar “economias ilícitas”.
O apelo de Carlos Ruiz Massieu é que se avance urgentemente com a plena implementação do plano do Acordo de Paz para abordar as causas da violência.
As iniciativas incluem reformas rurais abrangentes, a ajuda para entrada de investimentos para populações afetadas por conflitos e o apoio ao programa de substituição do cultivo de coca por outras iniciativas produtivas.
Compromisso
Com o início do ano, começou o mandato de novas autoridades locais e de departamentos eleitos de diversos partidos da Colômbia. Estes incluem combatentes das ex-Farc que foram eleitos para assumir cargos públicos.
O enviado destacou o entusiasmo no país por haver um “grande número de autoridades recém-eleitas” que se comprometeram com a paz e em executar o Acordo de Paz no qual estas “têm um papel fundamental na implementação”. (*Com informações da Agência ONU News).
* Luciano R. Pançardes – Editor Chefe