No Brasil, apesar da proibição de comercialização, 3% da população adulta faz uso diário ou ocasional do vape (como também é conhecido o cigarro eletrônico), a maior parte proveniente de contrabando, de acordo com pesquisa recente do Datafolha. Entre os jovens, o crescimento do consumo do dispositivo é alarmante: de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2019, feita pelo IBGE, 13,6% dos estudantes de 13 a 15 anos já experimentaram cigarro eletrônico. Entre alunos de 16 a 17 anos, o índice é de 22,7%.
Com proximidade do Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto), o farmacêutico Arthur Luiz Correa, coordenador do curso de Farmácia da Estácio Volta Redonda, explica que o tabagismo é uma doença crônica, causada pela dependência da nicotina, encontrada em produtos à base de tabaco como cigarro e charuto, onde também são encontrad as outras milhares de substâncias tóxicas que podem causar doenças respiratórias, cardíacas e até o desenvolvimento de câncer.
– A nicotina presente no tabaco imita o papel de um neurotransmissor, a acetilcolina, que é encontrado no cérebro. Quando a nicotina atinge o cérebro, ela ativa a produção de dopamina, neurotransmissor que está relacionado com diversas funções do nosso organismo, incluindo a sensação de prazer e o humor. E é exatamente essa sensação de prazer que estimula as pessoas a continuarem fumando, esclarece o farmacêutico.
Quando os níveis de nicotina no corpo do fumante diminuem, aponta Arthur, ele sente ansiedade – uma das consequências da crise de abstinência – e volta a fumar, caracterizando assim a dependência. Com o consumo repetitivo da nicotina, o corpo desenvolve uma tolerância, necessitando de doses cada vez maiores de nicotina (tabaco) para sentir o mesmo efeito. Ao explicar a dependência, o coordenador do curso de Farmácia da Estácio Volta Redonda cita também os cigarros eletrônicos, que se tornaram populares principalmente entre os jovens.
– No cigarro comum, o tabaco é queimado e ocorre liberação de milhares substâncias como a nicotina, responsável por causar dependência; o alcatrão, que tem ação cancerígena; e o monóxido de carbono, que afeta a oxigenação do organismo. Já os cigarros eletrônicos são equipados com uma bateria que volatilizam uma mistura líquida que pode conter diversas substâncias como aromas artificiais e nicotina. Por ser um produto relativamente novo, ainda não existem dados científicos que garantam o uso seguro deste produto. Ou seja, ambos os tipos de cigarro são nocivos à saúde humana, pois desencadeiam problemas card&iac ute;acos, respiratórios e dependência química, pontua Arthur, lembrando que a importação, comercialização e propaganda de cigarros eletrônicos são proibidos no Brasil.
Dependência é física e mental, mas pode ser tratada
O psicólogo e coordenador do curso de Psicologia da Estácio Resende, Pedro Dinelli Cruz, destaca que entre os principais efeitos do tabaco no sistema nervoso é a elevação leve no humor, uma certa estimulação e diminuição do apetite.
– Muitos fumantes relatam que se sentem relaxados quando fumam, mas o fato é que a nicotina age intoxicando o organismo para alterá-lo. A dependência causada pelo fumo é tanto psicológica quanto física. Tanto o corpo quanto a mente se tornam dependentes pelo fato dessas substâncias já estarem presentes continuamente no organismo. Sendo assim, o corpo vai exigi-las cada vez mais, e psicologicamente também, pois a satisfação é ligada ao seu uso.
Em relação aos cigarros eletrônicos, o psicólogo acredita que eles começaram a ganhar espaço por conta do que aparentam ser.
– São sabores e aromas que dão uma ideia de que isso é uma boa alternativa. Possuem uma aparência tecnológica e de algum modo se tornam mais atrativos, o que faz com que muitos usuários nem se considerem fumantes por usar o dispositivo.
O psicólogo informa que dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva) apontam que estes dispositivos eletrônicos não são seguros e possuem substâncias tóxicas, além da nicotina, podendo causar doenças respiratórias como enfisema pulmonar, doenças cardiovasculares, dermatite, além de câncer.
O coordenador do curso de Psicologia da Estácio Resende assegura que a dependência tem tratamento e que o acompanhamento psicoterápico é fundamental.
– Através do auxílio psicológico o fumante pode ter todo o suporte para poder refletir e alterar seu repertório comportamental. A psicoterapia torna-se fundamental por ajudar a transformar comportamentos nocivos e aumentar a qualidade de vida do paciente que está em busca de se livrar deste vício.
O Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Estácio Resende, que realiza atendimentos psicoterápicos gratuitos a crianças, adolescentes, adultos, idosos e pessoas com deficiência de Resende e região, atua, inclusive, em casos deste tipo de dependência. O atendimento é feito por estudantes de Psicologia de períodos avançados, com a supervisão dos professores da universidade. Informações sobre o cadastro para atendimento gratuito no SPA podem ser obtidas pelos telefones (24) 99841-5447 (WhatsApp) e (24) 3383-4615.
Cursos de Farmácia e Psicologia na região
A Estácio possui um portfólio de cursos amplo e com diferentes formatos de ensino e oferece em Volta Redonda, além do curso de Farmácia, as graduações em Medicina Veterinária, Enfermagem, Direito, Biomedicina, Fisioterapia, Nutrição, Administração, Gestão de Recursos Humanos, Logística, Ciências Contábeis e Engenharias Civil, Elétrica e Mecânica, além dos cursos de An&aacu te;lise e Desenvolvimento de Sistemas, Ciências da Computação, Rede de Computadores e Educação Física.
Em Resende, além da graduação em Psicologia são ofertados os cursos de Nutrição, Medicina Veterinária, Enfermagem, Fisioterapia, Arquitetura e Urbanismo, Biomedicina, Educação Física, Direito, Pedagogia, Engenharias Civil e de Produção, Logística, além de cursos da área de Gestão.
Mais informações sobre os cursos e inscrições podem ser obtidas pelos telefones (24) 99321-3131 (Estácio Volta Redonda) e (24) 99316-7505 (Estácio Resende), ou pelo site www.estacio.br.