BRASÍLIA
Três eleitores que fotografaram a urna no primeiro turno das eleições, que aconteceu no último dia 7, serão investigados pela Polícia Federal, que abriu a investigação e encaminhou a decisão ao Ministério Público. Se comprovadas as irregularidades, eles poderão responder pelos crimes de violação do sigilo do voto e até corrupção eleitoral. Isso porque o registro da urna pode ser usado como prova pelo eleitor que vendeu o voto, funcionando como moeda de troca.
Os eleitores investigados, todos de Boa Vista, em Roraima, utilizaram um aparelho celular para registrar o momento dos seus respectivos votos, o que pode levar a detenção de até dois anos, caso seja comprovada a violação do sigilo do voto. Se houver indícios de prática de corrupção eleitoral, a pena de reclusão pode ser de até quatro anos mais multa.
Logo após o 1º turno, a Polícia Federal fez busca e apreensão na casa de outro eleitor, do Paraná (PR), que votou usando uma arma. A polícia verificou que a arma era de brinquedo, mesmo assim o eleitor foi indiciado pelo crime eleitoral de violação do sigilo do voto.
Crimes eleitorais em quatro estados
A Polícia Federal desencadeou, realizou ontem, a operação ‘Olhos de Lince’, executando nove ações simultâneas, com o intuito de coibir crimes relacionados às Eleições de 2018. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, nos municípios de São Paulo (SP), Sorocaba (SP), Uberlândia (MG) e Caxias do Sul (RS); bem como foram lavrados cinco Termos Circunstanciados de Ocorrência, com a intimação dos investigados, em dois municípios mineiros e em Recife (PE). Também foram intimidadas pessoas para oitiva em Nova Iguaçu (RJ) e no Estado do Pará.
As ações fazem parte das atividades realizadas pelo Centro Integrado de Comando e Controle Eleitoral (CICCE/2018) e é resultado do trabalho desenvolvido pela Polícia Federal no acompanhamento das redes sociais, com o objetivo de identificar e evitar possíveis crimes eleitorais e ameaças aos candidatos que concorrem ao pleito.
Para a identificação dos investigados, foram utilizadas técnicas de reconhecimento facial que, por meio de critérios científicos, permitem a realização de análises e comparações das características faciais, tais como cicatrizes, manchas e proporções, possibilitando a identificação de forma técnica e precisa dos suspeitos.
Na ação de hoje, são apurados pela PF, conforme o caso, os crimes de violação do sigilo do voto e de incitação à prática do crime de homicídio, respondendo, os investigados, na medida de suas participações.