SUL FLUMINENSE
Negociar um bem de segunda mão é uma prática cada vez mais constante com o advento da internet e as possibilidades de anúncios e ofertas através das redes sociais e sites especializados. Fomentando o mercado de usados os aparelhos eletrônicos e os smartphones são as mercadorias mais negociadas pela rede, segundo pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas e Serviço de Proteção ao Crédito (CNDL/SPC Brasil).
Num levantamento nacional nos últimos 12 meses no país, estes dois produtos lideram as compras de usados pela internet. A pesquisa ouviu 904 consumidores em um primeiro levantamento para identificar o percentual de pessoas que compraram pela internet nos últimos 12 meses. Em seguida, continuaram a responder o questionário 800 consumidores fizeram alguma compra ao longo deste período. Praticamente três em cada dez (28%) entrevistados adquiriram algum item de segunda-mão pela internet nos últimos 12 meses da pesquisa. Percentual de 39% entre os mais jovens.
A análise reflete também os hábitos de consumidores do interior fluminense. A auxiliar de escritório Alessandra Magalhães comprou celular e notebook através do Facebook. “É a oportunidade e também a confiança da procedência do produto que devem ser analisadas. O Iphone 7 saiu uns R$ 600 mais barato que na loja e o notebook Core I5 uns R$ 500”, frisa citando o comparativo com o preço original de mercado.
Segundo a CNDL/SPC, o ranking dos de objetos mais adquiridos é encabeçado por celulares ou smartphones com 29% das compras realizadas, segundo a pesquisa. Depois, surgem os eletrônicos com 27% e em seguida roupas e calçados (26%), eletrodomésticos (18%), móveis (17%), além de brinquedos e artigos infantis (16%). Cliente de brechós pelas redes sociais, Tamires Barbosa compra e venda diversas peças de roupa. “Já comprei calças jeans, blusas, saias, sapatos. É prático porque o preço é baixo e são produtos bons. Não adianta só olhar pelo celular e fechar negócio, tem que pegar nas mãos. Geralmente opto por produtos de marca que as pessoas vendem em bom estado e preço baixo”, comenta.
Na avaliação da CNDL/SPC, boa parte dos envolvidos nas transações de produtos usados buscam ampliar a renda. Afinal, o que não serve ou não gosta mais pode ser vendido. A pesquisa mostra que cerca de 30% colocaram à venda itens pessoais em sites especializados ou redes sociais, como eletrônicos (28%), roupas e sapatos (24%), eletrodomésticos (21%), celulares ou smartphones (20%), brinquedos e artigos infantis (19%), além de móveis (15%). Outro atrativo é a rapidez das transações: 40% precisaram de até uma semana, 28% levaram até 15 dias e 13% até um mês para concretizar a venda. “Eu passei meu antigo smartphone seminovo e comprei outro usando o dinheiro como complemento. A dica é pesquisar a procedência e analisar pessoalmente o produto”, comenta o eletricista Daniel da Cunha.
A preferência por usados também é predominante no caso dos que realizaram compras de carros e motos (37%) e instrumentos musicais (29%).“Diante do cenário econômico atual, a venda de usados tem sido a chance para muitas pessoas de adquirir produtos a preços acessíveis e lucrar com objetos que estariam parados ou ocupando espaço em garagens e armários”, argumenta economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.