BARRA MANSA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), prévia da inflação oficial do país, acelerou para 0,54% em outubro, após mostrar variação de 0,13% em setembro. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O que isso significa na pratica, é que a energia elétrica, e o setor de hortifruti são um dos principais vilãos para o bolso dos brasileiros na atualidade.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,71%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,47%, acima dos 4,12% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2023, o IPCA-15 tinha ficado em 0,21%, acumulando alta de 5,05% em 12 meses. Os dados de outubro vieram acima do consenso LSEG de analistas, que previam inflação mensal acelerando para 0,50% e taxa anualizada de 4,43%.
Alimentação
No grupo Alimentação e bebidas, que subiu 0,87% em outubro, houve forte pressão da alimentação no domicílio, que teve aumento de 0,95% no mês, após três meses consecutivos de redução de preços. Os aumentos do contrafilé (5,42%), do café moído (4,58%), e do leite longa vida (2,00%) impactaram o desempenho do grupo. No sentido oposto, destacaram-se a cebola (-14,93%), o mamão (-11,31%) e a batata-inglesa (-6,69%).
De acordo com o gerente de um supermercado Gustavo Martins, é uma alta preocupante que muda a vida do consumidor. “O hortifruti tem oscilando de preços consideravelmente, em contrapartida, os produtos de mercearia, tem reduzido. O clima tem ficado muito instável, isso influencia diretamente nas plantações e principalmente, no preço final para os consumidores. O produtor depende do tempo, e como o clima está extremo, todo mundo sofre”, destaca.
A dona de casa Laura Domingos cita sobre a dificuldade em se economizar. “O preço de limão muda a cada dia, mas não há opções para substituir. Outros tipos de frutas até dá para evitar o consumo, assim como outros itens”, cita.
A alimentação fora do domicílio, por sua vez, passou de uma variação de 0,22% em setembro para 0,66% em outubro, o que pode ser explicado pelos aumentos nos preços da refeição (de 0,22% em setembro para 0,70% em outubro) e do lanche (de 0,20% para 0,76%).
Habitação
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em outubro, com destaque para Habitação. O aumento de 5,29% nos preços da energia elétrica residencial contribuiu para a alta apresentada pelo grupo.
A entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha no patamar 2, a partir de 1º de outubro, influenciou o comportamento do subitem na passagem de setembro (0,84%) para outubro. A subida de preços do gás de botijão (2,17%) também contribuiu positivamente para o resultado do grupo.
Quanto a energia a solução é tentar economizar. O dentista Silvio Abrãao, fala algumas medidas para tentar economizar. “Ainda não tivemos o aumento, já que o novo valor passou a valer neste mês, mas mesmo assim, tentamos aproveitar ao máximo a luz natural, cortinas abertas, e desligar os aparelhos quando não estão sendo utilizados para sair do modo stand-by”, cita.
Saúde
Em Saúde e cuidados pessoais (0,49%), o subitem plano de saúde subiu 0,53%. Houve aplicação de reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98, com vigência retroativa a partir de julho.
Transportes
Único grupo a apresentar queda em outubro foi o de Transportes (-0,33%), que foi impactado sobretudo pelas passagens aéreas (com queda de 11,40%).
Ônibus urbano (-2,49%), trem (-1,59%) e metrô (-1,28%) também contribuíram para o resultado negativo do grupo, em decorrência da gratuidade nas passagens concedidas à população no dia das eleições municipais, em 6 de outubro. Quanto aos combustíveis (com queda de -0,01%), o gás veicular (-0,71%) e o óleo diesel (-0,23%) apresentaram quedas, enquanto o etanol subiu 0,02% e a gasolina mostrou estabilidade de preço (0,00%).