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Dívidas afligem 61 milhões de consumidores, afirma CNDL/SPC

Por Idel Pinheiro
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SUL FLUMINENSE

O esforço do consumidor em negociar dívidas para tentar ampliar a margem de compra e o acesso ao crédito no fim de 2019, utilizando recursos extras como Saque Imediato do FGTS, PIS/Pasep e décimo terceiro salário favoreceram a redução da inadimplência em -0,2% em dezembro – no mesmo período de 2018 o percentual era de 4,4%.

Apesar disso, a estimativa é que aproximadamente 61 milhões de brasileiros tenham começado o ano de 2020 com alguma conta em atraso e com o CPF restrito para contratar crédito ou fazer compras parceladas. Os dados constam no levantamento divulgado nesta quinta-feira, 16, pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Um cenário comum entre moradores do Sul Fluminense. “A dívida praticamente é um carma na rotina do trabalhador assalariado. Tudo que gasto é parcelado e às vezes ocorre atraso, inadimplência. Tenho pendência com duas lojas e no fim de ano comprei presentes utilizando nome de parentes”, conta a profissional liberal Elisabete Maciel. Segundo o levantamento da CNDL/SPC, somando todas as pendências, cada inadimplente deve, em média, R$ 3.257,91. De modo geral, 52,8% deles têm dívidas de até R$ 1 mil e 47,2% acima desse valor.

DÍVIDAS EM QUEDA

Em dezembro, o recuo mais expressivo da inadimplência na comparação anual se deu nas dívidas com o setor de comunicação: contas de telefonia, internet e TV por assinatura (-16,4%). As dívidas bancárias (cartão de crédito, cheque especial, empréstimos e financiamentos) caíram -1,9%. Já o as dívidas contraídas no comércio via crediário subiram 0,9%, enquanto as pendências básicas com água e luz cresceram 2,1%. “Mesmo com a inadimplência caindo aos poucos, as famílias ainda enfrentam dificuldades para honrar seus compromissos em dia, tanto é que há um estoque elevado de pessoas com contas sem pagar”, explica Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil.

ALTO ÍNDICE ENTRE IDOSOS

O indicador ainda mostra que a inadimplência tem apresentado comportamentos distintos, conforme a faixa etária. No último mês de dezembro, houve queda expressiva na parcela mais jovem da população, enquanto observou-se uma alta entre os mais velhos na comparação com o mesmo mês do ano anterior.


Considerando a população de 18 a 24 anos, houve queda de 21% na quantidade de inadimplentes. Já entre os idosos de 65 a 84 anos, a alta foi de 3,7%. O número de devedores também caiu entre os que têm de 25 a 29 anos (-11,2%) e de 30 a 39 anos (-3,2%). Considerando as pessoas de 50 a 64 anos, houve uma alta de 1,8% na inadimplência, ao passo que ela ficou em apenas 0,8% entre os de 40 a 49 anos. “A permanência maior dos idosos no mercado de trabalho e, portanto, mais ativos no mercado de consumo, assim como a renda menor este estágio da vida, são fatores relevantes que impulsionam a inadimplência neste público”, analisa a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

A economista lembra ainda que alguns idosos possuem o hábito de emprestar o nome a terceiros, geralmente familiares, principalmente diante da facilidade de acesso ao crédito consignado. “Com o desemprego alto, em muitas famílias o idoso que recebe a aposentadoria é a única fonte de renda”, frisa.

FAMÍLIAS ENDIVIDADAS

Em outro estudo sobre consumo e inadimplência, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou que o percentual de famílias com dívidas aumentou em dezembro de 2019, alcançando 65,6% e chegando ao maior patamar da série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada desde janeiro de 2010. O resultado é maior do que os 65,1% observados em novembro e superior aos 59,8% aferidos em dezembro de 2018.

Houve recuo, entretanto, nos comparativos mensais, tanto no percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso (de 24,7% para 24,5%) quanto no percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes (de 10,2% para 10%). Ambos os indicadores apresentaram alta em relação a dezembro de 2018.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que o resultado, apesar de ligar o sinal de alerta, não pode ser considerado negativo. Segundo ele, como o endividamento não foi acompanhado de um aumento expressivo da inadimplência, os dados indicam uma dívida com responsabilidade e compatível com a renda das famílias. “A tendência de alta do endividamento está associada à ampliação do mercado de crédito ao consumidor, impulsionada por fatores como a melhora recente no mercado de trabalho, sobretudo no emprego formal, e a redução das taxas de juros para patamares mínimos históricos, o que permitiu a redução do custo do crédito”, afirma Tadros.

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