SUL FLUMINENSE
Neste Dia Mundial da Adoção, lembrado no dia 9 de novembro, o A VOZ DA CIDADE entrevistou mães da região que adotaram crianças e relataram suas histórias sobre o ato de amor. A celebração deste dia, foi fundada por Hank Fortner, nos Estados Unidos, para celebrar a família e promover a conscientização para o ato. O jornal conversou ainda com a coordenadora do Grupo de Apoio à Adoção de Barra Mansa (GAA-BM), Marcília Leite Arantes, que explicou ainda o passo a passo para adotar.
Marcília, que também é mãe do coração, nome carinhoso dado às mães adotivas, disse que mesmo durante a pandemia, os processos de adoção tiveram andamento. Ela afirma estar satisfeita com as histórias de famílias que vêm adotando. Uma delas, por exemplo, citada pela coordenadora, foi de uma adoção tardia, nome dado às adoções de crianças mais velhas. Outra história que ela cita é de uma família de Volta Redonda que adotou cinco crianças.
De acordo com ela, esta data é para refletir que a adoção é uma outra maneira de ser pai e mãe, e que não existe segredo para adotar. “O processo de adoção é como uma gestação, onde você faz os preparativos para receber a criança. E esta data é para levar essa conscientização às pessoas”, destacou.
Mães do coração
Patrícia Brandão, de 37 anos, moradora de Resende, falou ao jornal sobre a decisão de adotar e que entrou no processo de adoção em 2018. “Eu e meu marido decidimos que adotaríamos uma criança e que teríamos um biológico. Enquanto estávamos aguardando todo o processo, descobrimos que eu tinha um problema no colo do útero. Até consegui engravidar, mas minhas gestações só evoluíam até 20 semanas”, disse, relando que depois disso, o casal decidiu mudar o seu perfil de adoção para grupo de irmãos. “Já estávamos aguardando há algum tempo e assim que mudamos, já recebemos a ligação para podermos ir conhecer o grupo”, contou, destacando que adotaram três irmãos, que estão na família há dois meses.
Outra mãe do coração que falou ao jornal foi a moradora de Volta Redonda, Letícia Simplício. Ela conta que seu filho, adotado com 10 anos, também está na família há dois meses. Ela conta que em oito anos de casamento, ela e seu marido tentaram ter filhos e não conseguiram. Segundo ela, eles oraram a Deus uma resposta, se era ou não para adotar. “Nesse período um amigo da igreja viajou para Jerusalém e foi ao templo onde Ana, mãe de Samuel, pediu a Deus um filho. E ele não sabia sobre nossa história, mas mesmo assim, de lá ele trouxe uma pedra e me entregou, dizendo que Deus disse que eu iria gerar um filho da terra e um filho espiritual”, contou, afirmando que naquele momento teve a resposta que pedia.
Depois disso, ela e o marido entraram com o processo de adoção. “Colocamos no perfil de adoção até cinco anos de idade. Depois disso Deus começou a falar muito comigo, a respeito de realizar uma entrega a ele. Foi quando decidi fechar a minha loja de bolsa. Logo depois as coisas começaram a andar rápido. Entramos com o pedido de adoção em 2019 e foi em julho de 2021 que conheci meu filho em um grupo de adoção. Ao ver a foto dele, meu coração acelerou. No dia 23 de agosto recebemos a ligação com a informação que o juiz tinha o liberado, já no dia 24 nós buscamos ele em São Lourenço (MG)”, disse emocionada.
O passo a passo da adoção
Marcília Leite Arantes, coordenadora do GAA-BM, explicou ainda que são seis fases para realizar a adoção: 1º ir ao Fórum e procurar a Vara da Infância, manifestando o desejo de adotar; 2º entregar a documentação que será solicitada; 3º realizar a entrevista; 4º participar do curso sobre a adoção; 5º ganhar a habilitação de adoção; 6º entrar na filha do Sistema Nacional de Adoção (SNA).
“Aí você faz o seu perfil de adoção, como, por exemplo, a idade e o local de até aonde você pode buscar a criança. Eu, por exemplo, coloquei Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo”, disse, acrescentando que quanto mais ampla as especificações, mais rápido o processo. “Depois disso tem o período de adaptação com a criança, até a adoção final”, finalizou.