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Dia da Mentira: afirmações que incentivam o consumismo

Por Idel Pinheiro
a voz da cidade
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SUL FLUMINENSE

O dia 1º de abril é conhecido como o Dia da Mentira, mas o que de fato esta data pode representar para a relação de consumo? Aproveitando a descontração desta segunda-feira que abre o quarto mês do calendário de 2019 um educador financeiro destacou algumas das afirmações utilizadas de forma mentirosa pelo consumidor para realizar compras sem pesar na consciência.

De acordo com Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), as pessoas contam a si mesmas algumas mentiras para comprar e não se sentirem culpadas. São afirmações como “eu mereço”, “eu preciso”, “estou infeliz”, “não consigo resistir” e “eu tenho condição”. Para o educador financeiro, as mentiras sabotam a saúde financeira. “Muitas brincadeiras são feitas nessa data, até por grandes empresas, que entram no clima para ganhar notoriedade e se aproximarem do público. Embora a ocasião seja mesmo engraçada, há certas mentiras que acabam sabotando a saúde financeira dos brasileiros”, conta.


A mentira incentivadora mais comum entre os consumidores é a “Eu mereço”, afinal, quem nunca foi às compras julgando merecer algo sem que sequer precisasse de fato? “Eu já tive essa prática. Acho que mereço mesmo aquele produto e se puder, eu compro. Não vejo como maldoso, talvez persuasivo sim pra te motivar, mas sendo uma vez ou outra não vejo problemas”, brinca a auxiliar de escritório Naiara dos Santos, de Porto Real. Segundo Reinaldo, embora a frase “Eu mereço” possa ser verdadeira, ela tende a minar a realização de algo que, entre tudo aquilo que é do merecimento da pessoa, ela realmente deseja – como um sonho, que mesmo adormecido, nunca deixou de existir. “As pessoas costumam ser as primeiras a sabotarem sua verdadeira felicidade. Com tantas promoções e ofertas, muitas vezes, é difícil mesmo resistir à tentação de comprar algo, ainda que não precisemos de verdade daquilo. Por isso é tão importante que tenhamos objetivos de vida bem definidos, pois são eles que nos farão praticar o consumo consciente; afinal de contas, estamos nos privando de um prazer pontual em prol de algo muito maior lá na frente”, conta.

Em seguida, a mentira do “Eu preciso”, aparece como uma das principais utilizadas pelos consumidores que compram produto ou serviço. “É importante que o consumo venha após o planejamento financeiro e a pesquisa de preços em, no mínimo, três locais diferentes.  Não vale a pena querer sustentar um status. Muita gente compra aquilo que não precisa, com o dinheiro que não tem, para impressionar, muitas vezes, pessoas que nem conhece. Precisamos nos educar financeiramente para viver de maneira mais saudável e sustentável, realizando sonhos que possuem valor para nós mesmos”, orienta Domingos.

Existem outras mentiras que incentivam as compras como “Estou infeliz”, “Não consigo resistir” e “Eu tenho condição”. Para o educador, assim como a falta, a sobra de dinheiro é um sinal de que a administração não está sendo eficaz, pois a melhor forma de utilizar os recursos financeiros é seguindo um bom planejamento. “A quem tem dinheiro sobrando no final do mês, convém rever se há sonhos que podem ser realizados mais rapidamente com o acréscimo deste valor ou se há novos objetivos de vida a serem priorizados. Afinal, o dinheiro deve trabalhar em favor das pessoas, não o contrário”, finaliza.

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