VOLTA REDONDA
Está programado para o dia 29 deste mês, às 14h30min, a Marcha da Maconha em Volta Redonda. Os manifestantes se concentrarão na Praça Juarez Antunes, na Vila Santa Cecília e seguirão até a Praça Pandiá Calógeras. Eles pedem a legalização da maconha. Existem diversos movimentos acontecendo nesse sentido em cidades do país. A ação em Volta Redonda está encontrando resistência política. Uma delas é do deputado federal Delegado Antonio Furtado (União). Ele disse ser contra o ato por acreditar que se trata de um desserviço prestado à população. Foi além. Disse que não medirá esforços para impedir que o evento aconteça.
Iniciou a semana buscando apoio para impossibilitar a concretização da iniciativa. O deputado solicitou ao delegado titular da 93ª DP, Luiz Jorge Rodrigues, o planejamento de ações para coibir o evento. O comando do 28º BPM (Batalhão de Polícia Militar) também será comunicado. O parlamentar alertou que, participantes identificados portando maconha ou outro tipo de substância ilícita, serão conduzidos à delegacia. “Conversei com o prefeito Neto sobre os impactos dessa iniciativa e ele se posicionou de forma contrária. Neto é um apoiador da segurança pública. Sempre se comportou dessa forma e agora não seria diferente. É um gestor que se preocupa com a população, evitando que maus exemplos como esse se fortaleçam. Faço questão de ser o elo para que, juntos, possamos somar forças e impedir o que eu chamo de “Marcha da Vergonha”. Se nada for feito para frear esse tipo de evento, daqui a pouco teremos consequências mais graves. A omissão leva a um agravamento da situação. Estou ao lado dos pais e mães que querem proteger seus filhos”, frisou.
O deputado é favorável a utilização de algumas substâncias contidas na cannabis sativa para fins medicinais. “Estamos falando de pacientes que precisam dessa substância para ganhar qualidade de vida. O canabidiol, por exemplo, pode gerar resultados positivos e não causa dependência. Essa questão conta com o meu apoio, pois nestes casos, há controle e orientação médica, totalmente diferente de quem usa maconha para fins recreativos, aumentando os riscos de esquizofrenia, surtos psicóticos e perda de memória”, concluiu o deputado.
MOVIMENTO NACIONAL
Há um calendário nacional com diversas manifestações nas cidades. A última aconteceu em Florianópolis no dia 7. As ações têm por objetivo propor novas políticas sobre a legalização da maconha, cobrar do Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento da descriminalização e também protestar contra as prisões por consumo da droga.
A discussão sobre esses eventos não é nova. Em junho de 2011 chegou ao STF, que liberou a realização desses eventos chamados Marcha da Maconha. Para os ministros, os direitos constitucionais de reunião e de livre expressão do pensamento garantem a realização dessas marchas. Ficou estabelecido na decisão dos ministros que a proposta da descriminalização de determinado ilícito penal não se confunde com o ato de incitação à prática do delito nem com o de apologia de fato criminoso. Os eventos, segundo decisão do STF, deveriam ser pacíficos, sem uso de armas e incitação à violência. Autoridades precisariam ser notificadas sobre a realização e não deve existir incentivo ou estímulo ao consumo de entorpecentes durante a marcha e deixou expresso que não pode haver consumo de entorpecentes durante o evento. Crianças e adolescentes não podem ser engajados nesses eventos.