O sábado de sol foi propício para se reunir com os amigos e colocar a conversa em dia. Quem fez disso prática foi o deputado estadual Paulo Melo (PMDB), que foi a Barra Mansa se encontrar com Ademir Melo, ex-deputado estadual e ex-companheiro de bancada na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Além dele, os vereadores Marcelo Borges (PDT) e Gilmar Lelis (PRTB) também marcaram presença no Clube Municipal – ponto de encontro da reunião amistosa. Logo após, foram conferir de perto os serviços do Programa Detran Presente, realizado no Parque da Cidade. Antes, o deputado falou com exclusividade à equipe do A VOZ DA CIDADE sobre o atual cenário político e econômico do Rio de Janeiro e apontou pontos cruciais para a retomada do crescimento do estado e municípios. “O Estado (governo federal) sempre foi o cafetão do Rio de Janeiro; sempre o usurpou. A retirada dos royalties do petróleo (compensação financeira paga ao proprietário da terra ou área em que ocorre a extração) foi um baque para o Rio. Quer tirar os royalties do petróleo, do pré-sal, tudo bem! Mas cobra o devido ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) então. Antes trabalhávamos com perspectiva de crescimento para o próximo ano; agora é sobre diminuição do déficit, que está na casa dos R$19 bilhões – que é o orçamento anual de alguns países”, disparou Paulo Melo.
O deputado ressaltou ainda a importância do estado na condução dos negócios. “É a infraestrutura do poder público que coordena as coisas. Quando a economia vai mal, os negócios se desequilibram; com o capital de investimento público duvidoso então! Veja a Odebrecht, que era o segundo maior conglomerado mundial e quebrou. A gente está falando de 300 mil desempregados; de um milhão de pessoas nesses lares. Isso também porque o Brasil é o único país do mundo que pune as empresas e salva os donos”, destacou.
Paulo Melo contestou ainda a atual postura do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. “A cada dia é criado um sobressalto. O Tribunal de Contas paralisou os municípios fluminenses. Se você me perguntar o que eu quero fazer por Barra Mansa, te respondo: tudo! Mas se questionar sobre o que eu posso fazer, digo: nada! Infelizmente é o que acontece atualmente”, lamenta o homem com 28 anos de carreira pública.
SEGURANÇA
O deputado defendeu o advento das UPPS em comunidades do Rio de Janeiro, ressaltando o cunho social das Unidades de Polícia Pacificadora. Porém, com a falta de verba, os projetos sociais desenvolvidos dentro dessas localidades foram interrompidos e, assim, a força do crime voltou a imperar. “Sou uma pessoa que está lá dentro, desenvolvendo trabalhos sociais há muito tempo. Antes, era difícil a gente ver um fuzil (arma), dentro das comunidades. Hoje, adolescentes andam tranquilamente com uma arma na cintura; chega a ser uma cena caricatural. Isso tudo é reflexo da falta de investimento; de dinheiro. Se a economia vai mal, todo o resto vai mal. E isso vai se refletindo para o interior do estado; para os demais municípios”, disse.
Na última semana, o governado Luiz Fernando Pezão anunciou contratação de novos policiais militares, inclusive para atuarem em Angra dos Reis, onde os registros criminais são alarmantes. Paulo Melo acrescentou que se não houver condições para o agente trabalhar, os índices não diminuirão. “Os policiais militares do Rio de Janeiro tinham várias gratificações, que ao final do ano era equivalente à metade de seu rendimento anual. Hoje, mal têm condições de trabalhar em segurança. O cara é pai de família; tem filho que chora. Chega uma hora, diante dessas situações, que alguns se corrompem. É preciso não só colocar mais policiais nas ruas, mas também dar a eles condições dignas de trabalho e remuneração adequada”, concluiu.