VOLTA REDONDA
O grafeno – material 2D composto por camadas monoatômicas de carbono e derivado do grafite, mineral que possui a terceira maior reserva comprovada no Brasil é a grande aposta de um futuro próximo. O material tem despertado interesse no mundo todo devido às suas propriedades únicas, como alta resistência, impermeabilidade e alta condutividade térmica e elétrica, que fazem dele um poderoso aditivo de grande versatilidade para várias aplicações, desde a produção de baterias mais leves e eficientes até tintas e revestimentos, com destacada resistência à corrosão.
Atenta às megatendências pelas quais a sociedade vem passando nos últimos tempos, como mudanças climáticas, superpopulação e digitalização da indústria, a CSN identificou o grafeno como um material-chave em sua estratégia de inovação. Na siderurgia, por exemplo, estudos já mostram que seu uso combinado ao aço traz maior resistência contra corrosão, entre outras propriedades.
De acordo com o Head de Estratégia de Tecnologias da CSN Inova, José Noldin, quando o assunto é cimento, o grafeno tem um forte apelo para o desenvolvimento de uma nova geração do material, com maior resistência, além de mais leve e impermeável – o que seria altamente indicado para a utilização em prédios inteligentes, com captação e armazenamento de energia para aquecimento de água ou conforto térmico. “O grafeno é um poderoso aditivo, que mesmo em pequenas quantidades pode trazer grandes resultados e agregar muito valor aos produtos”, destaca.
Segundo ele, juntamente ao investimento na 2DM, a empresa está lançando um grupo de trabalho dedicado ao grafeno nas instalações do Centro de Pesquisas, na Usina Presidente Vargas (UPV). A equipe atuará como uma célula de competências na aplicação de grafeno e fomentará o desenvolvimento de soluções em energia, aço, cimento e minério de ferro. “A versatilidade das aplicações do grafeno, principalmente com uma qualidade diferenciada como o da 2DM, faz dele um material único e que, certamente, irá revolucionar a indústria nos próximos anos. Desta maneira, iremos acelerar o uso também em outras indústrias, como têxtil, biomedicina, mobilidade, agrícola e outras, que são grandes consumidoras de aço e clientes da CSN. Por isso, esse investimento e posicionamento da CSN são estratégicos e trarão um impacto positivo para todo o mercado, além de reforçar a relevância de Volta Redonda para o progresso técnico-científico, industrial e sustentável do país”, celebra Noldin.
BRAÇO DE INOVAÇÃO
A CSN Inova, braço de inovação da CSN, de olho no potencial do grafeno e alinhada à sua tese de investimento em materiais avançados anunciou que realizou um aporte financeiro na 2D Materials Pte Ltd (2DM), startup baseada em Singapura. Além de dominar a tecnologia de produção em escala industrial, a startup, que foi fundada por brasileiros, destaca-se pelo avanço no desenvolvimento da aplicação do material, em sua maioria realizado em parceria com diversos clientes que são líderes em suas áreas de atuação e com presença em vários países.
Gabriela Toribio, Gestora de Investimentos da Inova, explica que esse investimento mantém a CSN na vanguarda como agente de transformação da indústria nacional e aconteceu em um momento muito especial, já que, em abril, a empresa completou 80 anos de fundação. “O braço de investimentos em capital de risco da CSN, que foi o responsável pelo aporte, é uma continuidade da estratégia de inovação da companhia. Por meio da participação acionária em startups, a CSN Inova atua como um radar de tendências em novas tecnologias e co-desenvolve com os empreendedores soluções com potencial de escala e de resolver grandes desafios do ecossistema”, destaca.
De acordo com Gabriela, o primeiro investimento traduz exatamente esse propósito, uma vez que o grafeno tem um potencial revolucionário na indústria, oferecendo múltiplas aplicações e diversas oportunidades de inovação na indústria.
Segundo Felipe Steinbruch, que lidera toda a agenda estratégica de Inovação e Tecnologia do Grupo CSN, o investimento consolida o novo momento da companhia, que enxerga na participação em novos negócios o cenário ideal para impulsionar seu crescimento. “Está cada vez mais claro que o futuro é participativo. Inovação, tecnologia e ESG (ambiental, social e governança, em português), combinadas a esse modo de operar de forma colaborativa, vieram para ficar, e as empresas que não se adequarem a esse modelo estarão fora do jogo”, destaca Felipe.