CSN e governo do Estado avançam em projeto para uso agrícola do agregado siderúrgico

Por Carol Macedo
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VOLTA REDONDA  

O complexo da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) recebeu, nesta segunda-feira, 8, a visita do secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Flávio Campos, e do presidente da Pesagro-Rio, Paulo Renato Marques. O encontro teve como foco o projeto que pretende transformar o agregado siderúrgico, coproduto do beneficiamento da escória de aciaria, em corretivo agrícola. O material já foi autorizado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e aguarda análise do Ministério da Agricultura.

O pedido de reconhecimento oficial foi protocolado pela CSN no governo federal. Estudos nacionais e internacionais atestam que o agregado pode corrigir a acidez do solo e fornecer nutrientes importantes para a produção agrícola. Para Flávio Campos, a iniciativa pode fortalecer o setor no estado. “Estamos avançando em um acordo de cooperação técnica para avaliar a aplicação do produto com segurança. Acredito que esse trabalho trará resultados muito positivos para os agricultores fluminenses”, afirmou.

Exemplos de sucesso já são encontrados fora do Brasil. No Japão, o uso de fertilizantes à base de escória é previsto em lei e aplicado em larga escala em arrozais. Experiências na China apontam aumento de produtividade e redução da absorção de metais pesados pelas plantas. Nos Estados Unidos, o silicato de cálcio derivado da escória é recomendado para o cultivo de cana-de-açúcar, contribuindo para o fortalecimento das lavouras e para a correção do solo.

O histórico operacional da CSN reforça o potencial do projeto. Entre 2020 e 2025, cerca de 4,5 milhões de toneladas de agregado siderúrgico foram movimentadas no Pátio de Beneficiamento, em Volta Redonda, das quais 895 mil toneladas já ganharam destinação em pavimentação, terraplanagem e lastro ferroviário. A empresa também instalou novos separadores modulares e britadores, tecnologia que amplia a recuperação de sucata metálica e reduz impactos ambientais.

Para o presidente da Pesagro-Rio, Paulo Renato Marques, o aproveitamento agrícola do agregado pode ir além da lavoura. “Essa parceria também pode se integrar aos programas de estradas de produção desenvolvidos pela secretaria. Vejo uma grande oportunidade de unir inovação e benefícios diretos ao campo”, destacou.

Na visão da CSN, a iniciativa reafirma o compromisso da empresa com a sustentabilidade. “Ao transformar o agregado siderúrgico em corretivo de solo, conseguimos reduzir resíduos, apoiar o produtor rural e estimular a economia fluminense. É um passo relevante de inovação voltada à sociedade”, avaliou o diretor executivo Márcio Lins.

Segundo a CSN, monitoramentos realizados pelo Inea atestam que o agregado não é classificado como resíduo tóxico. A empresa afirma que o pátio de estocagem da CSN em Volta Redonda se mantém estável há mais de 30 anos de operação, reforçando a viabilidade do uso do material em soluções agrícolas sustentáveis.

Pesagro-Rio
A Pesagro-Rio é a empresa pública de pesquisa agropecuária do Estado do Rio de Janeiro, vinculada à Secretaria de Agricultura. A instituição desenvolve tecnologias para o setor rural, atua em projetos de sustentabilidade e dá suporte a agricultores familiares e médios produtores em todas as regiões do estado.

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