VOLTA REDONDA
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou hoje, um acordo de exclusividade nas negociações para aquisição de 100% da cimenteira Intercement, que além do Brasil possui ativos na Argentina e é controlada pelo grupo Mover, ex-Camargo Corrêa.
O período de exclusividade vai até 12 de julho, a companhia, que tem planos de listar as ações de suas operações de cimento, afirmou que ainda não assinou acordos vinculantes para uma potencial transação.
Com os ativos do Brasil, a CSN dobraria de tamanho: a capacidade anual de produção passaria das atuais 17 milhões para mais de 34 milhões de toneladas de cimento. Esse volume igualaria empresa à Votorantim, que possui 34,9 milhões de toneladas, com 26 fábricas (integradas e moagens), conforme informações do SNIC, entidade que reúne as fabricantes no país.
A empresa disputa o ativo com as concorrentes Votorantim Cimentos, que é líder nas vendas do produto no país, a italiana Buzzi Unicem, que é controladora da Brennand, e com o grupo Polimix, de concreto, que é dono da Cimento Mizu. Há informações de que a companhia chinesa Huaxin Cement também apresentou proposta, no entanto, o mercado está cético de um real interesse.
O negócio pode ainda colocar a CSN no mercado argentino. A InterCement Brasil opera 15 fábricas, algumas centrais de concreto e tem participações em três hidrelétricas. No país vizinho são nove fábricas, atividades de concreto e uma ferrovia, sob a gestão da quase centenária Loma Negra, líder do mercado local com cerca de 45%.
A CSN Cimentos, informou em dezembro, em evento com investidores, que deveria encerrar 2023 com vendas de 13 milhões de toneladas de cimento, garantindo uma fatia de 21% de participação no mercado brasileiro e a vice-liderança do setor. As vendas totais do setor somaram 62,3 milhões de toneladas em 2023. Com a possível aquisição, iria a 35%, pois a fatia da ICB estima-se que ficou na faixa de 14%, com 8,7 milhões de toneladas.