ESTADO
O inimigo número 1 do RJ, o miliciano Luis Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho, foi preso em uma operação conjunta da Secretaria de Estado de Segurança e da Superintendência da Polícia Federal do estado. Foragido desde 2018, Zinho comandou as recentes ações criminosas que pararam a Zona Oeste da Capital.
A prisão do criminoso foi negociada entre os defensores de Zinho e a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. O miliciano tem, pelo menos, 12 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Zinho se apresentou na noite deste domingo, véspera de Natal, na Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro.
– Essa é mais que uma vitória das polícias e do plano de segurança, mas da sociedade. A desarticulação desses grupos criminosos com prisões, apreensões e bloqueio financeiro e a detenção desse mafioso provam que estamos no caminho certo – ressalta o governador Cláudio Castro.
De lá, Zinho foi conduzido ao Instituto Médico Legal (IML) para exames de corpo de delito e seguiu para o Presídio José Frederico Marques, em Benfica.
Revés para o grupo paramilitar
De acordo com fontes da Polícia Federal (PF), a decisão de Zinho de se entregar seria para tentar continuar com seus negócios criminosos e conter danos.
A ação que mirou a deputada estadual Lucinha que, conforme investigações do Ministério Público do Estado do Rio (MP/RJ), chamada de “madrinha” por Zinho, teria representado um revés para o grupo paramilitar chefiado por ele. A advogada do miliciano teria procurado a Polícia Federal logo após a Operação Batismo.
Brigas com a milícia de Tandera
Antes de assumir o comando da milícia, que opera principalmente na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, Zinho desempenhava o papel de homem de confiança de seu irmão, Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, o líder da quadrilha.
Zinho era responsável pelas operações contábeis e pela lavagem do dinheiro proveniente das atividades ilícitas. Após a morte de Ecko durante uma operação policial em junho de 2021, Zinho assumiu a liderança do grupo paramilitar. Atualmente, a milícia de Zinho encontra seu principal adversário no grupo liderado por Danilo Dias Lima, conhecido como Tandera, que anteriormente era aliado de Ecko, mas rompeu com ele em dezembro de 2020.
Desde então, as duas organizações criminosas estão envolvidas em um confronto violento pela disputa de territórios, resultando em numerosas fatalidades. O ápice desse conflito ocorreu em setembro de 2021, quando, por ordens de Tandera, várias vans foram incendiadas na Zona Oeste, uma prática que continuou nos meses subsequentes.